Briefing: Conflitos, guerras e tensões

A semana foi marcada pela proposta de paz de Donald Trump para Gaza, que obteve uma aceitação parcial e condicionada do Hamas, focada na libertação de reféns. Israel mostrou-se disponível para avançar com a primeira fase do plano, mas a continuação dos bombardeamentos e a desconfiança mútua criam um ambiente de incerteza em torno das negociações que decorrerão no Egito.

A interceção da flotilha humanitária por Israel resultou na detenção de centenas de ativistas, incluindo quatro portugueses, e gerou acusações de maus-tratos. O incidente provocou uma resposta diplomática de Portugal e de outros países, enquanto Israel nega as alegações e procede à deportação dos detidos.

A Rússia intensificou os ataques aéreos contra infraestruturas civis na Ucrânia, provocando vítimas mortais e levando Kiev a pedir mais apoio militar.

Simultaneamente, aumentam na Europa os receios de uma escalada, com alertas sobre uma “guerra híbrida” russa e a possibilidade de futuras agressões a países da NATO.

Alertas de drones, com suspeitas de origem russa, forçaram o encerramento temporário dos aeroportos de Munique e Vilnius, causando perturbações significativas no tráfego aéreo. Os incidentes são vistos como parte de uma guerra híbrida e levaram a apelos para o reforço das capacidades de defesa aérea na Europa.

O Presidente Trump ordenou o envio da Guarda Nacional para Chicago para reprimir protestos sobre imigração, escalando o confronto com governos estaduais democratas.

A medida, que se seguiu a um revés judicial em Portland, foi condenada como um abuso de poder federal e evidencia a crescente tensão política interna nos EUA.

Protestos em massa contra o governo pró-russo na Geórgia resultaram em confrontos violentos e numa tentativa de invasão do palácio presidencial.

O governo, que venceu eleições boicotadas pela oposição, prometeu reprimir os manifestantes enquanto apela ao reconhecimento do Ocidente, aprofundando a crise política e a polarização no país.

Em resposta a novas sanções da ONU, o Irão declarou que a sua cooperação com a AIEA deixou de ser relevante, aumentando as tensões sobre o seu programa nuclear.

A decisão poderá levar a uma menor fiscalização das atividades nucleares iranianas e a uma possível saída do Tratado de Não Proliferação.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, anunciou a mobilização de “meios especiais” contra a Coreia do Sul e os EUA, em resposta à sua aliança militar.

A retórica belicista aumenta a tensão na península coreana, apesar de Pyongyang manter uma porta aberta ao diálogo sob as suas próprias condições.

A semana foi marcada por uma onda de manifestações globais em apoio à Palestina, com milhares de pessoas a saírem às ruas em várias capitais para exigir um cessar-fogo em Gaza e a libertação de ativistas. Os protestos, embora maioritariamente pacíficos, registaram incidentes em Lisboa e detenções em massa em Londres.

O governo ucraniano acusou a China de partilhar informações de satélite com a Rússia, ajudando Moscovo a identificar alvos para ataques com mísseis.

A alegação, negada pela China, aponta para um aprofundamento da cooperação militar sino-russa e aumenta a complexidade geopolítica do conflito.

A violência em Cabo Delgado, Moçambique, continua a devastar o sistema de saúde, com ataques recentes a provocar novas vagas de deslocados e a suspensão de ajuda humanitária.

Enquanto o governo apela ao fim do terrorismo, a oposição denuncia a persistência de fraudes eleitorais, mantendo a instabilidade política e social na região.

A Venezuela vive um momento de alta tensão com os EUA, com o Presidente Maduro a denunciar uma ameaça militar norte-americana no Caribe e a pedir a intervenção do Papa. Simultaneamente, a crise migratória agrava-se com a decisão do Supremo Tribunal dos EUA de retirar proteções a milhares de venezuelanos.

Andrej Babis, um líder populista e eurocético, venceu as eleições na República Checa, sinalizando uma potencial viragem na política externa do país para uma linha mais próxima da Hungria.

Sem maioria absoluta, a sua capacidade para formar governo dependerá de negociações com outros partidos, incluindo a extrema-direita.