Briefing: Conflitos, guerras e tensões

A parada militar em Pequim funcionou como uma demonstração de força e a consolidação de uma aliança geopolítica entre a China, a Rússia e a Coreia do Norte. O evento, marcado pela exibição de novo arsenal e por uma retórica de afirmação nacional, aprofundou as tensões com o Ocidente, provocando fortes reações diplomáticas dos EUA e da União Europeia.

O ataque letal dos EUA a uma embarcação venezuelana escalou perigosamente o conflito entre as duas nações.

A justificação de combate ao narcotráfico é rejeitada por Caracas, que acusa Washington de imperialismo, num cenário de acusações mútuas, desinformação e condenação internacional dos métodos utilizados.

Enquanto a Ucrânia e os seus aliados ocidentais avançam na construção de um quadro de segurança pós-guerra, o diálogo direto com a Rússia permanece num impasse.

As exigências territoriais inflexíveis de Moscovo e as condições impostas para um encontro presidencial continuam a ser os principais obstáculos para uma solução negociada do conflito.

Israel prepara-se para uma nova fase militar em Gaza com graves consequências humanitárias, ao mesmo tempo que a retórica de anexação na Cisjordânia se intensifica no seio do governo. Esta postura radicalizada está a gerar uma forte oposição interna, com protestos e a recusa de reservistas em combater, aprofundando a crise política e social no país.

Um crescente número de países europeus avança para o reconhecimento do Estado da Palestina, numa tentativa de impulsionar uma solução de dois Estados e aumentar a pressão diplomática sobre Israel.

Esta movimentação, no entanto, enfrenta a oposição firme dos Estados Unidos e revela divisões políticas internas em várias nações europeias.

A guerra na Ucrânia entra numa fase de intensificação, marcada por ataques aéreos massivos por parte da Rússia e pelo aprofundamento do apoio militar direto da Coreia do Norte.

A aliança entre Moscovo e Pyongyang solidifica-se, com Kim Jong-un a assumir publicamente o seu papel como aliado estratégico no conflito.

A revogação da licença da TSMC representa um passo significativo na estratégia dos EUA para conter o avanço tecnológico da China.

A medida aperta o controlo sobre a cadeia de produção de semicondutores e aprofunda a rivalidade geopolítica e tecnológica entre as duas maiores economias do mundo.

O julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado coloca a democracia brasileira num momento decisivo. A acusação apresenta um caso de conspiração concertada, enquanto a defesa alega uma total falta de provas, num processo com profundas implicações políticas para o país e para a região.

A flotilha humanitária para Gaza constitui um ponto de tensão no Mediterrâneo, testando os limites do direito internacional e da diplomacia.

A missão, que procura chamar a atenção para a crise humanitária no enclave palestiniano, avança sob vigilância apertada e com posições divergentes dos governos europeus quanto à sua proteção.

A finalização da proposta do acordo UE-Mercosul representa um marco geopolítico e económico, com potencial para impulsionar significativamente o comércio transatlântico.

O sucesso da sua ratificação dependerá da capacidade de Bruxelas em gerir as preocupações internas, nomeadamente as do setor agrícola, e em demonstrar os benefícios mútuos para ambos os blocos.