Briefing: Empresas na bolsa

A EDP e a EDP Renováveis sofreram quedas significativas em bolsa após múltiplos bancos de investimento, incluindo Deutsche Bank e JP Morgan, terem cortado as suas recomendações.

Os analistas citam avaliações esticadas após fortes ganhos anuais e mostram-se apreensivos quanto às orientações que serão apresentadas no Capital Markets Day, temendo que as expectativas do mercado sejam demasiado otimistas.

A Galp Energia anunciou um lucro de 973 milhões de euros nos primeiros nove meses, mais 9% que em 2024, com um terceiro trimestre recorde de 407 milhões de euros. A notícia impulsionou as ações da empresa em mais de 3% na segunda-feira, contrariando a tendência de queda do PSI, embora tenha sofrido uma correção no dia seguinte.

As ações da Qualcomm subiram quase 19% após a empresa anunciar a sua entrada no mercado de chips de IA para centros de dados, um setor dominado pela Nvidia. A empresa lançará dois novos processadores, o AI200 e o AI250, prometendo maior eficiência energética e de custos, e já assegurou um cliente para a sua nova tecnologia.

Com uma valorização bolsista de 97,5% em 2025, a Mota-Engil beneficia de uma 'era dourada' no setor da construção.

A empresa tem garantido contratos multimilionários em Portugal (Alta Velocidade) e no México, elevando a sua carteira de encomendas para níveis recorde e gerando otimismo entre os analistas quanto ao seu futuro, apesar da volatilidade recente das suas ações.

As ações da Teixeira Duarte registaram uma subida astronómica de 717,7% em 2025, impulsionada por uma reestruturação da dívida bem-sucedida, aumento dos lucros e, crucialmente, pela sua participação em grandes projetos de infraestruturas como a Alta Velocidade.

Este desempenho notável garantiu o seu regresso ao índice PSI e tornou-a na empresa com maior valorização do ano na bolsa portuguesa.

A Navigator foi a primeira empresa do PSI a apresentar resultados dos primeiros nove meses, reportando uma queda de 51% no lucro para 118 milhões de euros. O desempenho foi penalizado pela descida dos preços da pasta e papel e pelo aumento dos custos, o que pressionou as ações da empresa e estabeleceu um tom cauteloso para a restante época de resultados em Lisboa.

As ações do BCP valorizaram no início da semana, impulsionadas pelo forte aumento de 56% nos lucros da sua subsidiária na Polónia e por um sentimento maioritariamente otimista dos analistas, que anteveem potencial para mais ganhos.

O desempenho positivo ocorre numa altura de expectativa para a apresentação dos resultados trimestrais do banco.

A NOS reportou uma queda de 9,2% nos lucros dos primeiros nove meses, para 182 milhões de euros, atribuindo o recuo à ausência de ganhos extraordinários registados em 2024.

Contrariando a tendência, as ações da empresa reagiram positivamente, subindo 1,34% e liderando os ganhos no PSI na sessão de terça-feira.

Apesar de as suas ações continuarem a valorizar, a Nvidia enfrenta um novo desafio competitivo com o anúncio da Qualcomm de que irá entrar no mercado de chips de IA para centros de dados. Este movimento ameaça a posição dominante da Nvidia e surge num contexto de debate sobre uma possível bolha especulativa no setor da IA, impulsionada em grande parte pelo sucesso da própria Nvidia.

As ações da Apple alcançaram um novo máximo histórico, com a capitalização de mercado da empresa a aproximar-se dos 4 biliões de dólares. A subida de 2,25% na segunda-feira foi impulsionada pelo otimismo geral no setor tecnológico, antes da divulgação de resultados e no contexto de expectativas de um acordo comercial EUA-China e de um corte de juros da Fed.