Briefing: Empresas na bolsa

A venda do Novo Banco ao BPCE por uma avaliação surpreendentemente elevada e a aquisição do negócio da Unicre marcam o fim de um ciclo de reestruturação e o início de uma nova era de concorrência acrescida na banca portuguesa, sinalizando a atratividade do mercado nacional para o investimento estrangeiro.

A CGD demonstrou resiliência no primeiro semestre, mantendo os lucros em níveis elevados apesar da pressão sobre a margem financeira, graças à gestão de provisões e ao forte dinamismo no crédito à habitação, impulsionado pela garantia pública para jovens.

O BCP destacou-se no panorama bancário nacional com um crescimento dos lucros no primeiro semestre, impulsionado pela sua operação internacional que compensou a pressão sobre as margens em Portugal.

A reação positiva do mercado de capitais reflete a confiança dos investidores na solidez e estratégia do banco.

Apesar da contração dos lucros devido ao ambiente de juros mais baixos, o Santander Totta reafirmou a sua posição robusta no mercado de crédito à habitação, evidenciada pela adesão massiva dos jovens à garantia pública, e mantém uma rentabilidade elevada.

A performance do BPI no primeiro semestre foi marcada pela pressão das taxas de juro nos resultados, apesar do crescimento dos volumes de crédito. O banco foca-se agora no crescimento orgânico em Portugal e na estratégica operação de dispersão de capital do BFA em Angola.

A Jerónimo Martins apresentou resultados semestrais sólidos, com crescimento de lucros e vendas, mas a sua perspetiva cautelosa sobre o consumo e a concorrência intensa levaram a uma reação negativa dos investidores, fazendo cair o valor das suas ações.

A Sonae demonstrou um forte dinamismo no primeiro semestre, com crescimento recorde nas vendas e lucros impulsionados pelos seus principais negócios de retalho.

A alienação das marcas de moda MO e Zippy reforça a estratégia de gestão de portefólio e o foco em áreas de maior rentabilidade e expansão.

A aquisição dos jornais Nascer do Sol e i pela Media Capital por um euro simbólico representa um movimento de consolidação significativo no panorama mediático português.

A operação ocorre num momento em que o grupo de media mostra sinais de recuperação financeira e aposta na expansão do seu portefólio.

A privatização da TAP está a gerar uma disputa estratégica entre os três maiores conglomerados aéreos da Europa.

Enquanto IAG, Air France-KLM e Lufthansa apresentam resultados financeiros sólidos e reafirmam o seu interesse, a decisão final dependerá das condições do caderno de encargos e da avaliação de risco e sinergias de cada um dos potenciais compradores.

A EDP apresentou resultados semestrais marcados por uma quebra no lucro líquido, mas uma performance subjacente robusta que levou a uma revisão otimista das metas para 2025. O apelo do CEO por uma remuneração mais atrativa das redes elétricas destaca um dos principais desafios regulatórios para o futuro do investimento no setor energético ibérico.