Briefing: Empresas na bolsa

A divulgação de resultados dececionantes pela Tesla, marcados pela maior quebra de receitas da última década, provocou uma queda abrupta das suas ações e uma perda de 17 mil milhões de dólares para Elon Musk. O desempenho reflete desafios como a eliminação de créditos fiscais nos EUA e o contínuo envolvimento de Musk na política, levando o próprio CEO a admitir a possibilidade de "trimestres difíceis" no futuro.

O Grupo Volkswagen viu os seus lucros semestrais caírem 36,6% para 4 mil milhões de euros, um resultado impactado por custos de reestruturação, investimentos ambientais e, sobretudo, pelas tarifas comerciais dos EUA. Esta quebra, particularmente acentuada nas marcas Audi e Porsche, levou a uma revisão em baixa das previsões anuais e à aceleração de um plano de reestruturação com milhares de despedimentos.

A Revolut reforçou a sua operação em Portugal com a abertura de uma sucursal e a introdução de IBANs nacionais, eliminando barreiras para a domiciliação de ordenados e pagamentos. A integração com o sistema Multibanco e MB Way, juntamente com o lançamento de contas de poupança remuneradas, posiciona a fintech para competir diretamente com os bancos tradicionais, ambicionando tornar-se o terceiro maior banco em número de clientes no país.

A Intel iniciou uma reestruturação drástica, planeando despedir cerca de um terço dos seus funcionários até ao final de 2025 e cancelando projetos de expansão na Alemanha e Polónia. A medida, motivada por resultados financeiros fracos, visa aumentar a disciplina financeira e alinhar a produção com a procura real, sob a supervisão direta do CEO.

A Media Capital registou uma recuperação financeira significativa no primeiro semestre de 2025, passando de um prejuízo de 2,67 milhões de euros para um lucro de 14 mil euros. O crescimento de 6% nas receitas operacionais, aliado a uma gestão de custos controlada, impulsionou a rentabilidade e permitiu ao grupo reforçar a sua liderança no mercado audiovisual português.

A Impresa enfrentou um primeiro semestre difícil, com os prejuízos a agravarem-se para 5,1 milhões de euros e a dívida a aumentar. A situação foi compounded pelo fracasso na venda da sua sede, uma operação que visava aliviar a sua estrutura de endividamento, embora a gestão mantenha a intenção de alienar o imóvel e se mostre confiante na recuperação.

A Navigator enfrentou um primeiro semestre desafiador, com os lucros a caírem 46% para 85 milhões de euros. A queda dos preços da pasta e do papel, o aumento dos custos e a incerteza comercial nos EUA pressionaram os resultados, levando a empresa a rever investimentos e a focar-se em segmentos de maior crescimento como o 'tissue' e 'packaging'.

A Altri sofreu uma queda drástica de 77% nos lucros do primeiro semestre, para 14 milhões de euros, devido à deterioração dos preços da pasta e à incerteza comercial. Em contrapartida, a empresa avançou na sua estratégia de diversificação ao adquirir o controlo da suíça AeoniQ, planeando construir uma fábrica de fibras têxteis sustentáveis em Portugal.

A Meta está a pressionar os utilizadores europeus do Facebook e Instagram a escolher entre pagar uma subscrição de 7,99€ para uma experiência sem anúncios e com maior privacidade, ou consentir no uso generalizado dos seus dados para publicidade. Esta estratégia, que visa contornar a regulação da UE, continua sob forte escrutínio e já resultou em multas para a gigante tecnológica.

Os lucros semestrais da Repsol caíram drasticamente para 603 milhões de euros, uma quebra de 62,9%, fortemente influenciada pelo apagão ibérico de abril, que custou 175 milhões. Apesar do revés, a empresa mantém a confiança na recuperação do negócio de refinação e prossegue com o seu programa de recompra de ações.