Briefing: Tarifas e guerra comercial

O novo quadro tarifário de 15% entre os EUA e a UE reconfigura o comércio transatlântico, criando desafios para vários setores através do aumento de custos, apesar de conter isenções específicas e de evitar os cenários mais pessimistas, mantendo a incerteza económica.

O setor metalúrgico português foi imediatamente afetado pelas tarifas dos EUA, com uma queda significativa nas exportações diretas e preocupações com impactos indiretos, evidenciando a vulnerabilidade das indústrias exportadoras às mudanças comerciais geopolíticas.

A isenção da cortiça das tarifas dos EUA constitui um grande sucesso para Portugal, protegendo um setor de exportação chave e aumentando a confiança dos investidores, demonstrando os resultados positivos possíveis através de negociações direcionadas em acordos comerciais mais amplos.

As novas tarifas dos EUA sobre pequenas encomendas perturbam a logística global do comércio eletrónico, forçando transportadoras como a DHL a restringir serviços e aumentando os custos para consumidores e empresas, como parte de um movimento mais amplo para apertar os controlos comerciais.

Os EUA alargaram significativamente as suas tarifas de 50% sobre aço e alumínio, impactando centenas de novos produtos e confirmando uma postura protecionista rígida, sem isenções para aliados, o que aumenta o risco de escalada de disputas comerciais e custos na cadeia de abastecimento.

A indústria de videojogos está a transferir os custos das tarifas dos EUA diretamente para os consumidores, com a Sony, Nintendo e Microsoft a aumentarem os preços das consolas, demonstrando o impacto tangível da política comercial no mercado de eletrónica de consumo.

O setor farmacêutico europeu evitou os piores cenários tarifários, com isenções importantes para medicamentos genéricos a proporcionarem um alívio significativo e a impulsionarem a confiança do mercado, embora a incerteza sobre a tarifa mais ampla de 15% permaneça.

As tarifas dos EUA estão a acelerar um realinhamento global da cadeia de abastecimento, incentivando as empresas a diversificar para longe da China, a explorar novos mercados de exportação como os países nórdicos e a considerar a produção local para evitar direitos de importação dispendiosos.

A expansão das tarifas da Secção 232 dos EUA para incluir componentes de latas impacta diretamente a indústria de cerveja artesanal americana, adicionando pressão de custos sobre as embalagens e complicando as cadeias de abastecimento para os pequenos e independentes produtores.

A nova onda de tarifas tornou-se uma preocupação fundamental para os banqueiros centrais, com tanto a Fed como o BCE a reconhecerem o seu potencial para alimentar a inflação, complicando as decisões sobre cortes nas taxas de juro e a futura política monetária.