Briefing: Tarifas e guerra comercial

Os Estados Unidos implementaram tarifas acentuadas sobre camiões (25%) e certos produtos farmacêuticos (100%), refletindo uma política comercial protecionista.

Embora isto crie incerteza, o setor farmacêutico encontrou um caminho potencial para a mitigação através de acordos diretos com o governo, como demonstrado pela Pfizer, o que aumentou a confiança dos investidores nas farmacêuticas europeias.

Os EUA implementarão tarifas faseadas sobre as importações de madeira e mobiliário, começando com taxas de 10% a 25% a 14 de outubro e escalando até 50% em janeiro de 2026. Esta política visa proteger as indústrias nacionais, mas prevê-se que aumente os preços para os consumidores numa vasta gama de produtos.

Em resposta à pressão da sobreprodução chinesa e às taxas dos EUA, a UE anunciará a 7 de outubro novas medidas de proteção para a sua indústria siderúrgica. O plano deverá incluir reduções significativas nas quotas de importação e um aumento das tarifas sobre o excedente de aço para 50%, com o objetivo de reforçar a competitividade europeia, embora com o risco de aumentar os custos para os consumidores.

As tarifas impostas pelos EUA e pela UE estão a impactar significativamente o setor automóvel global.

Grandes marcas como a Aston Martin e a Renault reviram as previsões de vendas e consideram medidas de redução de custos devido à diminuição da procura e à compressão das margens, enquanto os fabricantes chineses estão a deslocar investimentos para o estrangeiro para contornar estas barreiras comerciais.

As tensões comerciais e a implementação de tarifas estão a criar uma incerteza significativa no mercado.

Isto levou os investidores a procurarem ativos de refúgio, fazendo com que o preço do ouro atingisse máximos históricos. Enquanto algumas instituições financeiras veem as tarifas como uma fonte de pressão inflacionista, outras, como a BlackRock, aconselham os investidores a olhar para além do "ruído" político em busca de oportunidades a longo prazo.