Briefing: Tarifas e guerra comercial

A disputa comercial entre os EUA e a China caracterizou-se por uma escalada de tarifas e restrições à exportação de materiais estratégicos, como metais raros. Um acordo posterior entre os líderes das duas potências levou a um alívio temporário, com a suspensão mútua de algumas taxas, embora a instabilidade no comércio global permaneça uma preocupação.

A União Europeia impôs tarifas adicionais de 17% sobre os veículos elétricos chineses para proteger a sua indústria.

Em resposta, fabricantes como a BYD estão a instalar fábricas na Europa, nomeadamente na Turquia e na Hungria, para produzir localmente e, assim, contornar as taxas de importação, mantendo a sua competitividade no mercado europeu.

As tarifas impostas pelos EUA levaram a uma queda de 7% nos lucros semestrais da Toyota, com um impacto financeiro de 5,1 mil milhões de euros, apesar de vendas recorde. Um acordo comercial posterior reduziu as taxas de 25% para 15%, mas a pressão sobre a rentabilidade da empresa japonesa permanece elevada.

O fim de uma isenção tarifária de 30 anos e a ameaça de novas taxas de até 100% por parte dos EUA colocam a indústria farmacêutica europeia sob pressão. Esta política gera riscos de aumento de custos e ruturas de stock, mas também pode catalisar a reindustrialização e o reforço da autonomia produtiva na Europa, incluindo oportunidades para Portugal.

A indústria siderúrgica europeia enfrenta uma crise devido às tarifas dos EUA e à concorrência do aço subsidiado chinês.

Em resposta, a Alemanha propõe medidas de proteção comercial, incluindo tarifas de importação ligadas ao cumprimento de normas ambientais, para garantir a sobrevivência e a competitividade do setor.

As tarifas impostas pelos EUA sob a administração Trump tiveram um impacto vasto e negativo em várias empresas europeias.

Setores como o automóvel (BMW, Tesla, componentes portugueses) e o mobiliário (IKEA) enfrentaram um aumento de custos e uma pressão sobre as margens de lucro, evidenciando a vulnerabilidade das cadeias de abastecimento globais à política comercial norte-americana.