Briefing: Tarifas e guerra comercial

A imposição de uma tarifa de 100% sobre produtos farmacêuticos pelos EUA está a forçar a indústria a negociar diretamente com o governo norte-americano, como demonstra o acordo da Pfizer.

Esta política, que visa incentivar a produção local, gerou uma forte reação positiva nos mercados bolsistas europeus, que antecipam mais acordos de isenção em troca de contrapartidas.

A decisão dos EUA de aplicar tarifas pesadas e faseadas sobre madeira e mobiliário, alegando razões de segurança nacional, está a criar instabilidade nos mercados.

A medida já penalizou empresas europeias do setor da pasta e papel e representa mais um passo na estratégia protecionista da administração norte-americana.

A nova tarifa de 25% dos EUA sobre camiões pesados intensifica a crise na indústria automóvel alemã, já pressionada por outros fatores de mercado.

A medida levou a uma mobilização política ao mais alto nível na Alemanha, evidenciando as sérias repercussões económicas das políticas comerciais protecionistas norte-americanas.

As elevadas tarifas da UE sobre veículos elétricos chineses estão a ter um efeito transformador, incentivando os fabricantes asiáticos a investir em produção local na Europa e a diversificar a sua gama de produtos. Em vez de travar a sua expansão, as medidas protecionistas estão a forçar uma adaptação estratégica que poderá, a longo prazo, aprofundar a sua integração no mercado europeu.

O histórico acordo comercial entre a UE e o Mercosul tem o potencial de eliminar tarifas no valor de 4 mil milhões de euros anuais, beneficiando significativamente o setor agroalimentar português e europeu. Contudo, a sua implementação final depende de um complexo processo de ratificação que enfrenta resistência política, adiando os benefícios económicos prometidos.

A abordagem estratégica da União Europeia, focada em evitar a escalada de conflitos e em garantir um acordo para uma tarifa geral de 15%, permitiu à economia da zona euro resistir melhor do que o previsto às políticas comerciais dos EUA.

Segundo a presidente do BCE, a contenção e a negociação foram cruciais para limitar o impacto económico negativo.

De uma ameaça às margens de lucro a um fator de risco em fusões e aquisições, as tarifas comerciais emergiram como uma preocupação central na gestão estratégica. As empresas são forçadas a investir em resiliência e a diversificar as suas cadeias de abastecimento para navegar num cenário geopolítico cada vez mais imprevisível.

As tarifas dos EUA sobre veículos e componentes estão a agravar a crise na indústria automóvel alemã, contribuindo para uma reestruturação massiva que inclui dezenas de milhares de despedimentos e paragens de produção. A medida protecionista norte-americana, aliada a outros fatores de mercado, ameaça a competitividade global de um pilar da economia europeia.