Briefing: Tarifas e guerra comercial

O acordo estabelece um teto tarifário de 15% para a maioria dos produtos da UE, suspende as contramedidas europeias e inclui compromissos de compra e investimento por parte da Europa, trazendo previsibilidade mas com custos acrescidos para os exportadores.

As tarifas transatlânticas impõem custos bilionários à indústria automóvel, afetando fabricantes europeus e norte-americanos, que respondem com aumentos de preços e reavaliação das suas cadeias de produção para mitigar os prejuízos.

A imposição de uma tarifa de 50% sobre o café e o cacau brasileiros pelos EUA levou o Brasil a diversificar os seus mercados de exportação, com destaque para a China, e a ponderar ações na OMC, enquanto implementa medidas de apoio internas.

A imposição de uma tarifa inesperada de 39% pelos EUA abalou a economia suíça, que agora procura urgentemente renegociar o acordo para proteger setores chave como a relojoaria e os produtos de luxo, antes da entrada em vigor da medida.

Apesar de um acordo comercial geral, o Japão continua a lutar por uma redução nas elevadas tarifas sobre o seu vital setor automóvel, enfrentando incertezas na implementação do pacto com os EUA que ameaçam a sua economia.

Ameaças de novas tarifas dos EUA sobre a Índia, devido à compra de petróleo russo, encontram uma resposta desafiadora de Nova Deli, que defende a sua soberania económica e acusa o Ocidente de hipocrisia, aprofundando as tensões comerciais.

Face às tarifas de 15% impostas pelos EUA, a Coreia do Sul responde com um plano estratégico de apoio às suas empresas, focando-se no estímulo à procura interna, no desenvolvimento tecnológico e na expansão para novos mercados.

O aumento das tarifas dos EUA para 35% sobre produtos canadianos gerou descontentamento em Otava, que promete proteger a sua indústria e procurar novos mercados, num cenário de crescentes tensões políticas e comerciais entre os dois países.

A política tarifária dos EUA em África revela uma abordagem diferenciada, com Angola a beneficiar de uma redução significativa das taxas, enquanto a África do Sul enfrenta tarifas punitivas que ameaçam a sua economia e emprego, refletindo as complexas dinâmicas geopolíticas.

A China mantém-se firme na sua política energética, recusando as exigências dos EUA para cessar a compra de petróleo russo e iraniano, o que constitui um grande obstáculo nas negociações comerciais e demonstra a sua crescente autonomia geopolítica.