Briefing: Tarifas e guerra comercial

O acordo comercial entre a UE e os EUA fixa uma tarifa de 15% para a maioria dos produtos, visando estabilidade, mas provocando reações diversas.

Enquanto a indústria da cortiça portuguesa beneficia de uma isenção, setores como o do vinho e o farmacêutico mostram-se preocupados com a perda de competitividade, evidenciando os impactos complexos e setoriais da nova política tarifária.

A eliminação da isenção de tarifas para pequenas encomendas pelos EUA levou à suspensão de serviços por parte de operadores postais como os CTT e a DHL. A medida, justificada por razões de segurança e fiscais, causou uma queda acentuada no valor das ações dos CTT e criou um obstáculo significativo para as PMEs portuguesas que exportam para o mercado americano.

O setor automóvel europeu, confrontado com uma tarifa de 15% dos EUA e outros desafios estruturais, apelou à UE por uma política industrial mais pragmática.

A indústria sente-se sobrecarregada e em desvantagem competitiva, uma situação que já se reflete em perdas significativas de postos de trabalho, especialmente na Alemanha.

A indústria metalúrgica portuguesa enfrenta tarifas norte-americanas de até 50% sobre o aço e o alumínio, resultando numa queda de 15% nas exportações diretas.

A AIMMAP expressa grande preocupação com o impacto direto e indireto destas medidas protecionistas, agravado pela incerteza sobre a possibilidade de futuras isenções.

O impacto das tarifas norte-americanas e a forte concorrência abrandaram o crescimento da PDD Holdings, dona da Temu.

A empresa viu os seus lucros operacionais caírem 21%, forçando-a a adotar novas estratégias logísticas e de mercado para manter a sua competitividade e sustentabilidade financeira a longo prazo.

As tarifas impostas pelos EUA estão a agravar a crise na indústria têxtil portuguesa, um setor já pressionado por outros fatores económicos.

Empresas de referência como a Polopiqué foram forçadas a processos de reestruturação, incluindo despedimentos e encerramento de unidades, demonstrando o impacto real das políticas comerciais na estabilidade de um pilar da indústria nacional.

A indústria de calçado portuguesa está a capitalizar um ambiente tarifário mais favorável nos EUA para aumentar as exportações e ganhar quota de mercado.

Ao contrário dos seus principais concorrentes, que enfrentam tarifas elevadas, Portugal consegue posicionar-se como uma alternativa de maior valor acrescentado, impulsionando um setor vital para a economia nacional.

A ameaça de tarifas punitivas sobre o setor farmacêutico europeu foi afastada com uma isenção no acordo comercial UE-EUA, trazendo alívio e ganhos em bolsa para as empresas.

Contudo, a pressão norte-americana para a produção local e a redução de preços mantém-se, como demonstra o investimento da Roche numa nova fábrica nos EUA.

O acordo comercial UE-EUA não isentou o setor vinícola europeu das tarifas de 15%, gerando descontentamento e preocupação entre os produtores.

A indústria considera a medida prejudicial para a sua competitividade no mercado norte-americano e apela à eliminação urgente desta barreira comercial.

As tarifas da administração Trump levaram a um aumento generalizado dos preços das consolas de videojogos nos EUA. A Sony foi a mais recente a anunciar um aumento de 50 dólares para a PlayStation, seguindo os passos da Nintendo e da Microsoft, o que demonstra o impacto direto das políticas comerciais sobre os preços para o consumidor.