Briefing: União Europeia

A violação do espaço aéreo da Polónia e da Roménia por drones russos constituiu um desafio direto à segurança da NATO e da UE, resultando na ativação de mecanismos de defesa coletiva através da operação "Sentinela Oriental".

O incidente não só provocou uma crise diplomática, como também evidenciou a necessidade urgente de a Aliança Atlântica adaptar as suas táticas e tecnologias para enfrentar a guerra híbrida de forma sustentável.

A proposta da Comissão Europeia de sancionar Israel e suspender parcialmente o acordo comercial representa uma tentativa de utilizar a sua força económica para influenciar o conflito em Gaza. No entanto, a sua concretização depende da superação das profundas divisões entre os 27 Estados-membros, o que evidencia a dificuldade da UE em manter uma política externa coesa em questões geopolíticas sensíveis.

Os alertas de Mario Draghi colocam a competitividade no centro do debate existencial da UE, sublinhando a urgência de reformas profundas para evitar a estagnação económica e geopolítica. A sua crítica à lentidão institucional e as suas propostas arrojadas, como a emissão de dívida comum, desafiam os tabus da integração, instando os líderes europeus a superarem a inércia e a agirem de forma decisiva para não perderem relevância no cenário mundial.

A implementação do Sistema de Entrada/Saída (EES) marca um passo decisivo na digitalização e modernização da gestão das fronteiras do espaço Schengen.

Ao substituir os carimbos por registos biométricos e eletrónicos, a UE visa aumentar a segurança, combater a permanência irregular e agilizar os controlos, criando um sistema fronteiriço mais robusto, eficiente e interoperável entre os Estados-membros.

A incapacidade de acordar uma meta climática vinculativa para 2040 expõe as fraturas no seio da UE e ameaça a sua credibilidade como líder global na luta contra as alterações climáticas. A decisão de adiar um compromisso firme para o Conselho Europeu, optando por uma solução intermédia, revela a crescente dificuldade em equilibrar as ambições ambientais com as preocupações económicas e industriais dos Estados-membros.

A preparação do 19.º pacote de sanções da UE contra a Rússia ocorre num clima de tensão com os EUA, marcado por críticas mútuas e pressões para uma maior coordenação. Enquanto a chefe da diplomacia europeia aponta a inação de Washington, a administração Trump exige que a Europa corte os laços energéticos com Moscovo, evidenciando os desafios de manter uma frente ocidental unida e eficaz contra a agressão russa.

O verão de 2025 demonstrou de forma inequívoca o custo humano, ambiental e económico das alterações climáticas na Europa. Desde a seca e os incêndios que bateram recordes de emissões até às ondas de calor que ceifaram milhares de vidas e causaram perdas de milhares de milhões de euros, os eventos extremos exigem uma resposta urgente e coordenada por parte da União Europeia, tanto em mitigação como em adaptação.

A decisão de permitir a reafetação de Fundos de Coesão para áreas como a defesa marca uma viragem significativa na política de coesão da UE. Esta flexibilidade orçamental demonstra a adaptação do bloco a um novo paradigma de segurança, utilizando os seus principais instrumentos de investimento para responder não só às necessidades de convergência económica, mas também aos desafios estratégicos e geopolíticos mais prementes.

A visita de Roberta Metsola a Kiev e a abertura de uma delegação permanente do Parlamento Europeu representam um forte sinal político do compromisso da UE com a integração da Ucrânia. Apesar do progresso nas reformas, o processo de adesão continua a ser um desafio complexo, dependente tanto da capacidade de Kiev para cumprir os requisitos como da unanimidade política entre os 27 Estados-membros, com a Hungria a perfilar-se como um obstáculo significativo.

A crise em França, desencadeada por medidas de austeridade ligadas às regras orçamentais da UE, ilustra o profundo dilema entre a disciplina fiscal europeia e a coesão social a nível nacional.

A instabilidade num Estado-membro central como a França não é apenas um problema doméstico, mas uma ameaça à estabilidade de toda a União Europeia, colocando em causa a sua capacidade de gerir crises e manter a unidade.