Briefing: União Europeia

A nova doutrina de segurança dos EUA, que critica abertamente as políticas europeias e sugere apoio a forças nacionalistas, gerou uma forte reação por parte dos líderes da UE, que a consideram uma ingerência inaceitável.

Este desenvolvimento acentua a deterioração da aliança transatlântica e reforça a urgência de a Europa desenvolver uma maior autonomia estratégica.

A UE pretende transformar o congelamento de 210 mil milhões de euros em ativos russos numa medida permanente para financiar a Ucrânia, recorrendo a um mecanismo de emergência para superar o veto húngaro. O sucesso do plano depende agora da superação das objeções da Bélgica, que exige garantias de partilha de riscos por parte dos restantes 26 Estados-membros.

Através de um plano de ação focado em reformas judiciais e anticorrupção, a UE e a Ucrânia estão a contornar o veto político da Hungria para manter o processo de adesão em movimento. Esta abordagem permite progressos técnicos e mantém a perspetiva de integração europeia como um elemento central para a segurança e o futuro da Ucrânia.

Face a uma ameaça russa crescente, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, apelou urgentemente aos países europeus para que aumentem a produção de armas e os gastos com defesa.

O aviso de que um conflito militar direto poderá ocorrer nos próximos cinco anos reflete a deterioração da segurança no continente e a necessidade de a Europa se preparar para se defender.

A UE deu um passo importante para a reforma da sua política de asilo ao acordar um sistema de solidariedade que obriga os Estados-membros a ajudar os países mais expostos à migração, seja através da recolocação de pessoas ou de contribuições financeiras. A definição de países seguros visa também agilizar os processos de retorno, num esforço para unificar a gestão das fronteiras externas.

O acordo sobre uma meta de redução de emissões de 90% até 2040 solidifica o caminho da UE para a neutralidade carbónica em 2050. A introdução de mecanismos de flexibilidade, como os créditos de carbono, visa conciliar os objetivos ambientais com a necessidade de manter a competitividade da indústria europeia durante a transição energética.

A demissão do governo búlgaro, pressionado por vastos protestos anticorrupção, mergulha o país numa crise política em vésperas da sua entrada na zona euro. A instabilidade reflete o descontentamento popular com a corrupção endémica e coloca em risco o progresso da sua integração na União Europeia.

A anulação dos acordos de cooperação militar com Portugal e França por parte da Rússia marca um novo ponto baixo nas relações entre Moscovo e a UE.

A justificação russa, que acusa os países europeus de conduzirem uma "guerra híbrida", formaliza o colapso dos mecanismos de confiança e diálogo militar estabelecidos no pós-Guerra Fria.

Impulsionado pela guerra na Ucrânia, o alargamento da UE é agora visto como um investimento estratégico essencial para a segurança e o peso geopolítico do bloco.

Com a Ucrânia, a Moldávia e o Montenegro a fazerem progressos substanciais, a UE prepara-se para uma das suas vagas de expansão mais significativas, reafirmando o seu papel como polo de estabilidade.

A UE enfrenta um cenário de risco complexo para 2026, dominado pela ameaça de ataques híbridos russos, a incerteza sobre a aliança com os EUA e o desfecho da guerra na Ucrânia.

Estes fatores combinados exigem que a Europa reforce urgentemente a sua resiliência interna e a sua capacidade de defesa autónoma.