Briefing: Donald Trump

O périplo asiático de Donald Trump destacou uma agenda focada em diplomacia económica e segurança regional.

A visita serviu para reforçar laços com aliados chave como o Japão e a Coreia do Sul, mediar conflitos regionais e participar em cimeiras multilaterais, tudo isto tendo como pano de fundo a competição estratégica com a China e a persistente questão nuclear norte-coreana.

O encontro entre Trump e Xi foi um momento decisivo para a relação sino-americana, com um acordo preliminar a oferecer uma trégua na guerra comercial.

No entanto, a resolução de disputas complexas sobre tarifas, tecnologia e matérias-primas estratégicas permaneceu um desafio central para ambas as potências.

A disputa sobre um anúncio televisivo transformou-se num grave incidente diplomático e comercial, sublinhando a natureza volátil e personalizada da política externa de Trump.

O episódio suspendeu as negociações e aprofundou as fricções com um dos principais parceiros comerciais dos EUA.

O encontro entre Trump e Lula abriu um canal de diálogo para resolver a severa crise diplomática e comercial entre os EUA e o Brasil.

Embora o resultado dependa de futuras negociações, a reunião sinalizou uma vontade mútua de encontrar uma solução para as tarifas punitivas e restabelecer uma relação mais construtiva.

O duplo movimento de adiar a cimeira com Putin e aplicar sanções severas ao setor energético russo assinala uma mudança na estratégia de Trump para a Ucrânia. A abordagem de diplomacia pessoal deu lugar a uma política de pressão económica, aumentando a confrontação entre Washington e Moscovo.

A política de Trump para o conflito israelo-palestiniano revela uma abordagem dupla: mediação ativa e ameaças para manter o frágil cessar-fogo em Gaza, ao mesmo tempo que utiliza a alavancagem do apoio americano para conter as ações unilaterais de Israel que poderiam desestabilizar ainda mais a região.

A abordagem militarizada de Trump ao combate ao narcotráfico na América Latina deteriorou gravemente as relações com a Venezuela e a Colômbia.

As ações letais e as sanções contra um chefe de Estado eleito criaram uma crise diplomática sem precedentes, minando a cooperação regional e levantando questões sobre a legalidade das operações norte-americanas.

A demolição da Ala Leste e a construção de um salão de baile com o seu nome é um ato simbólico da presidência de Trump. O projeto evidencia a sua preferência por grandes obras, a sua capacidade de mobilizar financiamento privado de elite e uma aparente desconsideração pelos processos burocráticos e pela preservação histórica.

A abertura do Refúgio Ártico à exploração de petróleo e gás representa uma das políticas ambientais mais significativas e controversas da administração Trump. A decisão prioriza a extração de combustíveis fósseis em detrimento da conservação de um ecossistema vulnerável, ignorando a oposição de ambientalistas e povos indígenas.

A paralisação do governo federal foi um sintoma agudo da disfunção política e da polarização extrema durante a administração Trump.

O impasse demonstrou a disposição de ambas as partes para usar o funcionamento do Estado como arma de negociação, com custos significativos para os trabalhadores federais e para a prestação de serviços públicos essenciais.