Briefing: Avanços científicos da semana

O Prémio Nobel da Medicina de 2025 reconhece a descoberta das células T reguladoras, que explicam como o sistema imunitário é controlado para não atacar o próprio organismo.

Esta investigação tem implicações profundas no tratamento de cancro, doenças autoimunes e na melhoria do sucesso de transplantes.

Uma nova técnica permitiu a criação de embriões humanos a partir de ADN de células da pele, oferecendo uma prova de conceito para futuros tratamentos de infertilidade. Contudo, a baixa taxa de sucesso e as anomalias genéticas nos embriões indicam que a aplicação clínica segura ainda enfrenta desafios científicos e éticos consideráveis.

A descoberta do *Cariocecus bocagei* em Sesimbra forneceu o crânio de dinossauro mais completo de Portugal, identificando o primeiro iguanodonte do Cretácico Inferior no país.

A sua preservação excecional permite estudos inéditos sobre a neurobiologia destes animais e consolida a importância da região na história da evolução dos vertebrados.

Uma nova tecnologia de imagem permitiu visualizar, pela primeira vez, os pequenos agregados de proteínas associados à Doença de Parkinson. A identificação de um tipo de agregado exclusivo dos doentes oferece um potencial biomarcador precoce, abrindo novos caminhos para o diagnóstico e intervenção terapêutica antes do aparecimento dos sintomas.

Um estudo do i3S demonstrou que garantir o transporte adequado de vitamina C para as células imunitárias do cérebro, através do transportador SVCT2, é crucial para combater a Doença de Alzheimer.

Ao potenciar este mecanismo em modelos animais, os investigadores conseguiram atrasar a doença, identificando um novo e promissor alvo terapêutico.

Um novo dispositivo desenvolvido em Portugal promete identificar bactérias e a sua resistência a antibióticos em menos de 30 minutos, uma ferramenta vital na luta contra a resistência antimicrobiana. Ao permitir a prescrição imediata do tratamento correto, a tecnologia, que em breve entrará em ensaios clínicos, poderá salvar vidas e abrandar o desenvolvimento de superbactérias.

Investigadoras da NOVA FCT desenvolveram selos de segurança biodegradáveis e impossíveis de clonar, feitos à base de gelatina. A tecnologia utiliza propriedades óticas únicas e um sistema de verificação em dois níveis para oferecer uma solução sustentável e de baixo custo contra a falsificação de produtos.

Um estudo científico validou uma técnica tradicional dos Balcãs que utiliza formigas vivas para fermentar leite e produzir iogurte.

A investigação revelou que as formigas introduzem bactérias benéficas e ácido fórmico, criando um produto único e demonstrando como o conhecimento ancestral pode enriquecer a ciência alimentar e a gastronomia moderna.

Um estudo recente destaca um viés linguístico na conservação global, argumentando que o português e o malaio devem ser reconhecidos como línguas prioritárias em tratados internacionais.

A sua inclusão é considerada essencial para garantir a participação equitativa e a eficácia das ações de conservação em nações de elevada biodiversidade.

A reativação bem-sucedida de micróbios com 40.000 anos, provenientes do permafrost do Alasca, demonstra a sua viabilidade e levanta sérias preocupações climáticas.

Com o degelo acelerado devido ao aquecimento global, estes organismos antigos irão decompor matéria orgânica aprisionada, libertando grandes quantidades de gases com efeito de estufa e potenciando um perigoso ciclo de aquecimento.