Briefing: Bolsa Nacional e Internacional ontem

Wall Street fechou com novos recordes nos seus três principais índices, impulsionada pela perspetiva de um acordo comercial EUA-China e pela expectativa de um corte nas taxas de juro pela Fed.

O otimismo dos investidores, no entanto, permanece cauteloso face à divulgação de resultados das grandes tecnológicas.

A expectativa de um acordo comercial entre os EUA e a China, após um "acordo preliminar" alcançado no fim de semana, foi o principal catalisador para a subida das bolsas a nível mundial. Embora persista alguma cautela até à reunião oficial entre os presidentes, os sinais positivos levaram a um aumento do apetite pelo risco.

A expectativa de um corte de 25 pontos base nas taxas de juro pela Fed está largamente precificada pelos mercados, sustentada por dados de inflação mais baixos que o esperado. O foco dos investidores está agora no tom do comunicado e nas indicações de Jerome Powell sobre os futuros passos da política monetária.

A divulgação de resultados de gigantes tecnológicos como Apple, Amazon e Microsoft é o principal foco de risco da semana.

Embora os lucros corporativos tenham superado as expectativas até agora, qualquer deceção por parte destas empresas pode reverter o otimismo e travar a subida dos mercados.

O otimismo em torno de um acordo comercial EUA-China desviou os investidores do ouro para ativos de maior risco, como as ações, provocando uma queda na cotação do metal precioso. No entanto, analistas consideram que a incerteza geopolítica e a política monetária da Fed continuam a fornecer um suporte de fundo ao preço do ouro.

O índice Nikkei de Tóquio alcançou um recorde histórico, ultrapassando os 50.000 pontos, beneficiando do otimismo comercial entre EUA e China.

Fatores locais, como a aprovação do novo governo, também contribuíram para o forte desempenho do mercado japonês.

O PSI foi a exceção no panorama europeu ao fechar em queda, penalizado pelas fortes descidas das ações da EDP e EDP Renováveis.

Os ganhos expressivos da Galp, após apresentar resultados positivos, não foram suficientes para compensar a pressão vendedora sobre o setor elétrico.

Uma onda de revisões em baixa por parte de analistas de bancos como JPMorgan, Deutsche Bank e Citi penalizou fortemente as cotações da EDP e EDP Renováveis. A principal preocupação é que as ações já atingiram o seu potencial de valorização e que as perspetivas a serem apresentadas pela gestão possam ser conservadoras.

A Qualcomm surpreendeu o mercado ao anunciar novos chips de IA para centros de dados, um movimento que a coloca em competição direta com a líder de mercado, Nvidia.

A notícia foi recebida com euforia pelos investidores, resultando numa forte valorização das ações da empresa.

A maioria das bolsas europeias registou ganhos, contagiada pelo otimismo em relação ao comércio EUA-China.

Os investidores preparam-se agora para uma semana decisiva, com reuniões de política monetária da Fed, do BCE e do Banco do Japão, que ditarão o rumo dos mercados a curto prazo.