Briefing: Bolsa Nacional e Internacional ontem

O ouro estabeleceu novos recordes, impulsionado pela sua condição de ativo-refúgio em resposta à paralisação do governo dos EUA, à crise política em França e a compras contínuas por parte de bancos centrais, com os analistas a preverem que a cotação possa ultrapassar os 4.000 dólares.

A demissão do governo francês provocou perdas acentuadas no índice CAC 40, especialmente no setor bancário, e aumentou os juros da dívida soberana, refletindo a crescente ansiedade dos investidores face à instabilidade política na segunda maior economia da Zona Euro.

A sessão em Wall Street foi marcada por um otimismo seletivo, onde os ganhos no setor tecnológico, impulsionados por notícias sobre IA, permitiram que o S&P 500 e o Nasdaq fechassem em alta, contrastando com a ligeira queda do Dow Jones e a incerteza gerada pela paralisação governamental.

O anúncio de um acordo de fornecimento de 'chips' de IA entre a AMD e a OpenAI foi o principal catalisador do dia para o setor tecnológico, provocando uma valorização superior a 20% nas ações da AMD e reforçando o otimismo dos investidores em torno do potencial da inteligência artificial.

A paralisação do governo norte-americano continua a ser um fator de risco, adiando a publicação de dados económicos cruciais e ameaçando o crescimento económico. Embora as bolsas de ações tenham mostrado resiliência, o evento impulsionou a procura por ativos de refúgio como o ouro e a Bitcoin.

A bolsa portuguesa demonstrou resiliência ao fechar em alta e atingir um máximo de 15 anos, contrariando o sentimento negativo nos mercados europeus.

O forte desempenho de cotadas como a Mota-Engil e as empresas de energia foi fundamental para este resultado positivo.

A vitória de Sanae Takaichi nas primárias do partido governante japonês gerou uma onda de otimismo na bolsa de Tóquio, levando o índice Nikkei a um ganho de 4,75% e a um novo recorde, com base na expectativa de políticas económicas expansionistas.

A Bitcoin atingiu um novo recorde de cotação, superando os 125.000 dólares, num movimento que reflete a procura por ativos alternativos por parte dos investidores, em resposta à incerteza política e económica decorrente do 'shutdown' nos EUA.

O vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, alertou para o risco de uma correção nos mercados financeiros, argumentando que as atuais 'valorizações muito elevadas' não refletem adequadamente os riscos geopolíticos e económicos, podendo levar a movimentos bruscos caso o cenário otimista dos investidores não se concretize.

A Mota-Engil registou uma forte valorização em bolsa, impulsionada pelo anúncio de um novo contrato de 700 milhões de euros com a Petrobras no Brasil, notícia que reforçou a confiança dos investidores e contribuiu significativamente para os ganhos do índice PSI.