Briefing: Bolsa Nacional e Internacional ontem

O corte de juros da Fed, embora antecipado, foi o principal catalisador dos mercados, refletindo as preocupações do banco central com o abrandamento económico.

A decisão impulsionou as praças europeias, mas a receção em Wall Street foi mista, com analistas a aconselharem uma abordagem prudente face à persistente incerteza económica.

As bolsas europeias reagiram de forma expressivamente positiva ao corte de juros da Fed, com os principais índices a registarem ganhos sólidos. O otimismo foi impulsionado pela perspetiva de uma política monetária mais acomodatícia, apesar de a bolsa de Lisboa ter destoado da tendência geral ao fechar em terreno negativo.

Apesar do estímulo da Fed, Wall Street exibiu um comportamento dividido: o Dow Jones alcançou um novo recorde, mas o S&P 500 e o Nasdaq fecharam em queda.

Esta reação mista evidencia as preocupações dos investidores sobre as razões do corte de juros, nomeadamente o abrandamento da economia, que se sobrepuseram ao otimismo gerado pela política monetária mais flexível.

O Banco do Japão manteve as taxas de juro, mas surpreendeu os mercados ao anunciar o início da venda de ETFs e outros ativos, um passo claro em direção à normalização da política monetária.

A decisão, justificada pela incerteza económica global, foi recebida com pessimismo pela bolsa de Tóquio, que fechou em queda.

A bolsa de Tóquio fechou em baixa, com os investidores a reagirem negativamente à decisão do Banco do Japão de iniciar a venda de ativos. O anúncio, interpretado como um passo para a normalização monetária, reverteu os ganhos iniciais da sessão e pressionou os principais índices, refletindo a preocupação com a retirada do suporte do banco central.

Num dia de ganhos para a maioria das bolsas europeias, a bolsa de Lisboa destacou-se pela negativa, com o índice PSI a encerrar com a terceira queda consecutiva.

O desempenho em contraciclo, liderado por perdas em cotadas como a Galp, demonstrou que o otimismo gerado pela Fed não foi suficiente para impulsionar o mercado nacional.

O regresso da Teixeira Duarte ao índice PSI simboliza a reviravolta bem-sucedida da empresa após um período de dificuldades. A recuperação, sustentada pela reestruturação financeira, crescimento da carteira de encomendas e uma forte valorização das ações, foi celebrada pela administração como um reconhecimento da solidez e da confiança do mercado na sua estratégia.

A Mota-Engil foi um dos principais destaques na bolsa de Lisboa, com as suas ações a registarem valorizações expressivas e consistentes ao longo de várias sessões. O seu desempenho positivo, liderando os ganhos do PSI, contrastou com a tendência geral de queda do mercado, sinalizando uma forte confiança dos investidores na construtora.

O mercado petrolífero exibiu uma tendência de baixa e mista, com os preços do Brent e do WTI a oscilarem sem uma direção definida. A volatilidade reflete a incerteza dos investidores, que ponderam o potencial estímulo à procura resultante do corte de juros da Fed contra os receios de uma desaceleração económica global.

O euro registou uma valorização inicial face ao dólar em resposta ao corte de juros da Fed, mas o movimento não se sustentou, resultando em oscilações contidas.

A dinâmica do par cambial reflete o equilíbrio entre a política monetária mais flexível nos EUA e as preocupações persistentes sobre a saúde da economia global, que também afetam a Zona Euro.