Briefing: Crise no Médio Oriente

A tensão na fronteira israelo-libanesa atingiu um ponto crítico com novos ataques israelitas e a recusa do Hezbollah em negociar.

Ambas as partes acusam-se mutuamente de violar o cessar-fogo de novembro de 2024, aumentando o risco de um conflito em larga escala, apesar dos esforços diplomáticos internacionais.

A devolução dos corpos de reféns israelitas por parte do Hamas continua, sendo um pilar fundamental do acordo de cessar-fogo. O processo é marcado por dificuldades logísticas e desconfiança mútua, com Israel a pressionar pela conclusão desta fase para avançar para as negociações sobre o desarmamento do Hamas e o futuro de Gaza.

Potências muçulmanas regionais uniram-se para rejeitar qualquer imposição de um sistema de tutela em Gaza, defendendo a autodeterminação palestiniana. A proposta de uma força internacional de estabilização continua a ser um ponto de discórdia, com a Turquia a procurar um papel ativo e Israel a manifestar ceticismo.

Os Estados Unidos estão a liderar um esforço diplomático para normalizar as relações com a Síria sob a nova liderança de Ahmed al-Sharaa, propondo a suspensão de sanções e agendando uma visita presidencial à Casa Branca.

Esta mudança estratégica visa estabilizar a Síria e integrá-la na arquitetura de segurança regional após o fim da era Assad.

No aniversário da tomada da embaixada, o Irão reafirmou a sua política de não-cooperação com os EUA, condicionando qualquer diálogo ao fim do apoio americano a Israel e à sua presença militar no Médio Oriente.

As tensões, exacerbadas pela recente guerra e pelo impasse nuclear, permanecem no ponto mais alto.

Um vídeo de abuso sexual contra um detido palestiniano desencadeou uma crise sem precedentes no sistema judicial militar de Israel, levando à detenção da sua principal procuradora.

O escândalo expôs a tortura sistemática em centros de detenção e a intensa pressão política da extrema-direita para obstruir a justiça e proteger os soldados.

Com o apoio do governo de coligação de extrema-direita, Israel avança com uma controversa lei para aplicar a pena de morte a palestinianos, uma medida discriminatória que é vista como uma ferramenta de dissuasão por uns e como um crime de guerra por outros, aumentando as tensões na região.

Após violentos confrontos fronteiriços, Afeganistão e Paquistão encetaram um delicado processo de negociação mediado pela Turquia e pelo Qatar.

A desconfiança mútua, centrada na questão de grupos terroristas, mantém o cessar-fogo frágil e o risco de um novo conflito elevado.

A crise humanitária no Afeganistão atingiu um ponto crítico, com a ONU a alertar para um défice de financiamento de 1,5 mil milhões de dólares que impede a ajuda a milhões de pessoas.

A situação é agravada por sismos recentes e pelas restrições impostas pelos talibãs ao trabalho das mulheres nas ONG.

O norte do Afeganistão foi atingido por um sismo devastador que resultou em dezenas de mortos e centenas de feridos, danificando património histórico e agravando a crise humanitária.

Este evento sublinha a vulnerabilidade do país a desastres naturais e a urgente necessidade de ajuda internacional.