Briefing: Crise no Médio Oriente

Benjamin Netanyahu procura consolidar o controlo total sobre Gaza sem uma anexação formal, através de um plano de ocupação militar faseada.

Esta estratégia gera fortes divisões internas, com a liderança militar a alertar para os riscos estratégicos e humanitários, enquanto o destino dos reféns permanece um ponto central de discórdia.

A situação em Gaza deteriorou-se para uma fome generalizada, com um número crescente de mortes, especialmente entre crianças.

A crise é atribuída por peritos da ONU e organizações humanitárias ao bloqueio israelita, que impede a entrada de ajuda e destruiu a capacidade agrícola local, sendo condenada como uma violação do direito internacional.

A ajuda humanitária em Gaza, sob a gestão da FHG, é descrita pela Médicos Sem Fronteiras e peritos da ONU como um sistema mortífero que resulta em violência sistemática contra civis.

A MSF exige o desmantelamento imediato deste programa e a reposição de um mecanismo de ajuda coordenado pela ONU para evitar mais mortes.

A situação na fronteira israelo-libanesa permanece volátil.

A descoberta de infraestruturas militares do Hezbollah pela ONU alimenta a justificação para ataques israelitas, enquanto o impasse político sobre o desarmamento do grupo, apoiado pelo Irão, impede uma desescalada duradoura e mantém a região em alerta máximo.

A retórica no seio da UE está a endurecer, como demonstra a declaração da comissária Teresa Ribera, que acusa Israel de ações semelhantes a genocídio.

Este posicionamento aumenta a pressão para que o bloco adote medidas sancionatórias e reveja a sua cooperação com Telavive, num esforço para alinhar as suas ações com o direito internacional e preservar a sua credibilidade.

A ONU está a exercer forte pressão diplomática sobre Israel, exigindo o fim do bloqueio e o acesso irrestrito de ajuda a Gaza.

A organização adverte que a continuação da política israelita e uma eventual ocupação total do território violam o direito internacional e conduzirão a uma catástrofe humanitária ainda maior.

A destruição de infraestruturas agrícolas vitais, como o banco de sementes de Hebron, e a devastação de terras cultiváveis em Gaza indicam uma estratégia que vai além do combate militar.

Estas ações ameaçam a soberania alimentar e o património cultural palestiniano a longo prazo, exacerbando a crise humanitária.

A morte de uma figura desportiva icónica como Suleiman al-Obaid, em circunstâncias trágicas, realça o impacto indiscriminado da guerra sobre a população civil e o património cultural da Palestina, gerando condenação internacional e sublinhando a vulnerabilidade de quem procura sobreviver no meio do conflito.

A sociedade civil palestiniana reivindica um papel central nas negociações sobre o seu futuro, rejeitando soluções impostas externamente.

Exige que qualquer plano para um Estado palestiniano garanta soberania e dignidade, em vez de perpetuar a dependência e o controlo, num momento em que o seu destino está a ser decidido sem a sua participação.

O conflito israelo-iraniano, travado principalmente através de aliados como o Hezbollah, continua a ser um pilar da instabilidade no Médio Oriente.

O Irão reafirma o seu apoio estratégico aos seus parceiros, rejeitando qualquer solução que enfraqueça a sua influência regional e mantendo a pressão sobre Israel.