Briefing: Crise no Médio Oriente

A crise humanitária em Gaza aprofunda-se com a chegada do inverno, resultando em mortes por frio e fome.

As restrições à ajuda humanitária impedem uma resposta eficaz, com a ONU a alertar para o risco de doenças e para o impacto devastador na saúde de mães e recém-nascidos, que enfrentam desnutrição severa.

A morte do comandante do Hamas, Raed Saad, num ataque israelita representa uma violação significativa do cessar-fogo em Gaza.

O incidente gerou uma repreensão dos Estados Unidos a Israel, expondo as tensões entre os aliados e ameaçando a estabilidade do acordo de paz mediado por Washington.

Avançam os planos para uma força de estabilização internacional em Gaza, possivelmente liderada pelos EUA, como parte da segunda fase do acordo de paz. O Hamas opõe-se ao desarmamento total, propondo um 'congelamento' do seu arsenal em troca de uma trégua duradoura, evidenciando os desafios que permanecem nas negociações.

Um ano após a queda de Assad, a Síria permanece volátil, como demonstra o ataque mortal a forças dos EUA em Palmira por um segurança sírio radicalizado.

Enquanto Assad vive isolado em Moscovo, o país enfrenta ameaças contínuas do extremismo e instabilidade regional, com incidentes em Damasco e na fronteira com Israel.

A FINUL acusa Israel de disparar contra os seus capacetes azuis na fronteira com o Líbano, aumentando a tensão numa zona já volátil.

Simultaneamente, o Líbano sinaliza um distanciamento diplomático do Irão, recusando uma visita a Teerão, num contexto de forte pressão internacional para o desarmamento do Hezbollah.

A ativista e Nobel da Paz iraniana Narges Mohammadi foi violentamente detida e espancada durante uma cerimónia, tendo sido hospitalizada duas vezes.

A recusa de um exame médico independente e as acusações de cooperação com Israel evidenciam a intensificação da repressão no Irão, gerando forte condenação da UE e de organizações de direitos humanos.

Mahmud Abbas realizou uma ofensiva diplomática em Itália e Espanha para promover o reconhecimento do Estado da Palestina e a solução de dois Estados como única via para a paz.

Enquanto o primeiro-ministro espanhol exigiu a responsabilização de Israel por "genocídio", a Itália condiciona o reconhecimento à exclusão do Hamas, refletindo as diferentes abordagens europeias sobre o conflito.

Em 2025, a Arábia Saudita executou um número recorde de 340 pessoas, o mais alto desde 1990.

A maioria das execuções está ligada a crimes de droga e afeta desproporcionalmente cidadãos estrangeiros, o que levanta sérias preocupações sobre direitos humanos, apesar dos esforços do reino para modernizar a sua imagem internacional.

A visita do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês à Arábia Saudita solidifica o papel crescente de Pequim como um ator diplomático influente no Médio Oriente.

Ao reforçar a cooperação e apoiar a causa palestiniana, a China posiciona-se como uma alternativa estratégica à influência ocidental na região.

Os EUA investigam uma profunda aliança entre a Venezuela e o Irão, que permite a Teerão contornar sanções, obter financiamento e projetar poder militar perto do território norte-americano.

Esta cooperação, que inclui tecnologia de drones e apoio a grupos como o Hezbollah, é considerada por Washington uma ameaça direta à sua segurança nacional.