Briefing: Crise no Médio Oriente

O plano para ocupar a Cidade de Gaza marca uma nova e perigosa fase no conflito, com Israel a mobilizar dezenas de milhares de reservistas. Organizações internacionais alertam para um impacto humanitário catastrófico, considerando impossível a evacuação segura de um milhão de civis.

A operação, que enfrenta dissidência interna, avança com o apoio do governo israelita, escalando ainda mais a crise.

A declaração oficial de fome em Gaza pela ONU, atribuída ao bloqueio israelita, marca um ponto crítico na crise humanitária.

Apesar das evidências de mortes por subnutrição, Israel e os EUA rejeitam o relatório, acusando-o de ser politizado, o que os isola diplomaticamente no Conselho de Segurança da ONU. A situação sublinha as acusações de que a fome está a ser usada como arma de guerra.

O assassinato do primeiro-ministro Houthi e de vários ministros num ataque aéreo israelita em Saná representa uma escalada drástica no conflito regional.

A ação, confirmada por Israel, provocou promessas de vingança por parte dos Houthis e a condenação do Irão, solidificando a ligação direta entre a guerra em Gaza e as tensões no Iémen.

A proposta do ministro israelita Bezalel Smotrich para anexar a maior parte da Cisjordânia foi condenada pelos países do Golfo como um "apelo incendiário".

O plano, que visa garantir uma maioria judaica, alinha-se com a política de expansão de colonatos do governo israelita, que tem nacionalizado terras em ritmo recorde, minando as perspetivas de uma solução de dois Estados.

A classificação das ações de Israel em Gaza como "genocídio" pela principal associação de especialistas na matéria (IAGS) conferiu um peso académico significativo às acusações.

A resolução provocou reações polarizadas: Israel rejeitou-a veementemente, enquanto o Hamas a utilizou para criticar a inação global.

Este desenvolvimento aprofunda a batalha legal e moral em torno do conflito.

A decisão do Reino Unido, França e Alemanha de ativar o mecanismo para reimpor sanções da ONU ao Irão marca uma escalada crítica na crise nuclear.

Embora mantenham a porta aberta à diplomacia por 30 dias, a medida arrisca o colapso total do acordo de 2015, com Teerão a ameaçar reduzir a cooperação com a AIEA e a acusar a Europa de ceder à pressão dos EUA e de Israel.

A confirmação por Benjamin Netanyahu de negociações com a nova liderança síria para uma zona desmilitarizada marca um realinhamento geopolítico. Com mediação dos EUA, os diálogos visam proteger a minoria drusa e estabilizar a fronteira, refletindo uma nova dinâmica regional após a queda do regime de Assad, embora as ações militares de Israel na região continuem a ser uma fonte de tensão.

A detenção arbitrária de funcionários da ONU pelos Houthis no Iémen foi amplamente condenada, sendo vista como um ataque direto às operações humanitárias.

O Secretário-Geral da ONU exigiu a sua libertação imediata, sublinhando que tais atos põem em perigo a ajuda vital para a população iemenita e violam o direito internacional.

A retenção por parte de Israel de mais de dois mil milhões de dólares em receitas fiscais palestinianas está a asfixiar a economia da Cisjordânia. A ONU alertou que esta ação viola os Acordos de Oslo e ameaça a própria existência da Autoridade Palestiniana, comprometendo o pagamento de salários e a prestação de serviços básicos.

A decisão da Turquia de fechar o seu espaço aéreo e portos a entidades israelitas representa uma escalada significativa na pressão diplomática e económica sobre Israel.

A medida, elogiada pelo Hamas, evidencia a profunda deterioração das relações bilaterais e o alinhamento da Turquia com os apelos do mundo islâmico para isolar Israel devido às suas ações em Gaza.