Briefing: Crise no Médio Oriente

O Governo israelita aprovou um plano militar para uma ofensiva na Cidade de Gaza, justificado como uma medida para desmilitarizar o território e derrotar o Hamas. A operação implica a deslocação de civis para zonas de segurança designadas e baseia-se em cinco princípios para o pós-guerra, incluindo o controlo de segurança israelita sobre o enclave.

O plano de Israel para ocupar a Cidade de Gaza foi recebido com forte oposição global. Nações europeias, incluindo Portugal, a ONU e outros países condenaram a medida como uma violação do direito internacional que agravará a crise humanitária, com alguns países a suspenderem a exportação de armas para Israel.

A situação humanitária em Gaza deteriorou-se drasticamente, com a fome a causar a morte de pelo menos 100 crianças.

O bloqueio à ajuda e o colapso do sistema de saúde exacerbam a crise, enquanto as organizações no terreno alertam para uma catástrofe de proporções inimagináveis e um aumento severo da subnutrição infantil.

As famílias dos reféns israelitas, considerando o plano de ocupação de Gaza uma ameaça à vida dos cativos, convocaram uma greve geral em Israel.

A iniciativa, que conta com o apoio da oposição política, reflete a crescente divisão interna e a pressão sobre o governo de Netanyahu para priorizar um acordo de libertação em vez da escalada militar.

Face à iminente ofensiva israelita na Cidade de Gaza, tanto o Conselho de Segurança da ONU como os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE convocaram reuniões de emergência.

Estas ações diplomáticas sublinham a grave preocupação internacional com a potencial escalada do conflito, a catástrofe humanitária e as suas repercussões regionais.

Milhares de pessoas em diversas cidades do mundo, de Londres a Santiago e Istambul, manifestaram-se contra a guerra em Gaza, exigindo o fim da ofensiva israelita e alertando para a catástrofe humanitária.

Os protestos refletem uma crescente pressão da opinião pública global por um cessar-fogo e uma solução pacífica para o conflito.

O Hamas reagiu ao plano de ofensiva de Israel, afirmando estar disposto a um acordo total para a libertação de reféns, mas apenas em troca de um cessar-fogo permanente e da retirada das forças israelitas. O grupo acusa Netanyahu de sacrificar os reféns, mantendo uma posição que contrasta com a recusa de Israel em terminar a guerra sem a derrota do Hamas.

A administração norte-americana, através do seu vice-presidente, reiterou a sua oposição ao reconhecimento do Estado da Palestina, afirmando que o foco principal permanece na derrota do Hamas.

Esta posição coloca os EUA em desacordo com vários aliados europeus que defendem o reconhecimento como um passo essencial para a paz.

Mohamed Salah confrontou a UEFA por omitir a causa da morte do ex-jogador Suleiman al-Obeid, morto por disparos israelitas em Gaza, numa homenagem pública.

A crítica do futebolista egípcio destacou a politização em torno das vítimas do conflito e a crescente pressão sobre as instituições desportivas para abordarem a situação com transparência.

Em resposta à escalada militar de Israel em Gaza, a Alemanha e os Países Baixos suspenderam as exportações de equipamento militar para o país. Esta decisão sem precedentes, especialmente por parte da Alemanha, demonstra uma crescente impaciência europeia com a condução da guerra por parte de Israel e aumenta a pressão diplomática sobre o governo de Netanyahu.