Briefing: Crise no Médio Oriente

A aprovação do plano de ocupação da Cidade de Gaza por Israel marca uma intensificação significativa do conflito, com o objetivo declarado de eliminar o Hamas e reconfigurar a governação do enclave.

A medida implica a deslocação maciça de civis e enfrenta considerável oposição interna, incluindo das chefias militares, que alertam para os riscos para os reféns.

O plano israelita para Gaza foi recebido com uma condenação internacional generalizada.

Aliados europeus como a Alemanha e os Países Baixos tomaram a medida concreta de suspender exportações de material militar.

Líderes da ONU e da UE alertaram para o agravamento da catástrofe humanitária, refletindo o crescente isolamento diplomático de Israel.

A situação humanitária em Gaza deteriorou-se para um estado de colapso total, com o sistema de saúde inexistente e a fome a ser usada como arma de guerra. A falta de medicamentos e recursos básicos leva a mortes evitáveis, enquanto a subnutrição severa já vitimou quase 200 pessoas, com um impacto devastador em crianças e grávidas.

Face à decisão de Israel de ocupar a Cidade de Gaza, o Conselho de Segurança da ONU foi convocado para uma reunião de emergência, sublinhando a preocupação global com a escalada do conflito.

A sessão, remarcada para domingo, irá debater as implicações do plano israelita, que o Secretário-Geral da ONU já classificou como uma ameaça catastrófica para a população civil.

O plano de Netanyahu para Gaza enfrenta uma crescente onda de contestação interna em Israel.

A oposição vem de setores cruciais como as chefias militares, a oposição política e as famílias dos reféns, que temem pelas suas vidas.

A opinião pública maioritária também favorece um acordo de paz em detrimento da continuação da guerra, evidenciando o isolamento da estratégia do governo.

A aprovação de um plano para desarmar o Hezbollah pelo governo libanês representa um momento crucial para a soberania do país, mas enfrenta a forte oposição do próprio grupo e dos seus aliados.

A decisão, apoiada internacionalmente, aprofunda as divisões internas e eleva as tensões com o Irão, num contexto de contínuos ataques israelitas e da complexa realidade militar no sul do Líbano.

Os Estados Unidos mantêm uma posição firme contra o reconhecimento do Estado da Palestina, priorizando a eliminação do Hamas.

Esta política diverge da de vários países europeus que avançam com o reconhecimento, aprofundando uma divisão transatlântica sobre a estratégia para a paz no Médio Oriente e o futuro dos palestinianos.

O Hamas mantém uma posição dupla: por um lado, afirma estar aberto a um acordo total de troca de prisioneiros pelo fim da guerra; por outro, ameaça Israel com um "preço elevado" pela sua nova ofensiva em Gaza. O grupo acusa Netanyahu de sacrificar os reféns por ganhos políticos, tornando as perspetivas de um acordo de paz cada vez mais incertas.

O Irão mantém uma postura de forte condenação a Israel, classificando os seus planos para Gaza como genocídio, enquanto justifica o seu apoio a grupos como o Hezbollah. Contudo, esta mesma política de apoio gera tensões, como demonstrado pela acusação do Líbano de "ingerência inaceitável", revelando as contradições e o impacto desestabilizador da estratégia iraniana na região.

A distribuição de ajuda humanitária em Gaza transformou-se num cenário de violência extrema, com milhares de civis baleados e centenas de mortos enquanto aguardavam por comida. Organizações como a Cruz Vermelha e os MSF acusam as forças israelitas de ataques deliberados, descrevendo os pontos de distribuição como "armadilhas mortais", o que agrava ainda mais a já catastrófica crise humanitária.