Briefing: Crise no Médio Oriente

O assassinato do primeiro-ministro Huthi por Israel representa uma escalada drástica no conflito, com os rebeldes a prometerem vingança e a continuarem os seus ataques no Mar Vermelho.

Este evento sublinha a crescente regionalização da guerra em Gaza e o risco de um confronto mais amplo, envolvendo o "eixo de resistência" liderado pelo Irão.

O plano norte-americano para o futuro de Gaza, que envolve a deslocação da sua população e uma administração externa, foi categoricamente rejeitado pelo Hamas e por outras entidades internacionais.

A proposta é vista como uma tentativa de eliminar a soberania palestiniana sobre o território, sendo inviável sem o consentimento das partes envolvidas.

A declaração oficial de fome em Gaza pela ONU evidencia uma catástrofe humanitária de proporções extremas, com acusações diretas a Israel de usar a fome como arma de guerra. A negação por parte de Israel e dos EUA contrasta com os apelos urgentes da comunidade internacional por um cessar-fogo e acesso irrestrito à ajuda.

O ataque ao Hospital Nasser, que vitimou civis e um número significativo de jornalistas, intensificou a pressão internacional sobre Israel.

Apesar das alegações israelitas de visar alvos militares, o incidente foi amplamente condenado como uma violação do direito internacional, reforçando os apelos por um cessar-fogo.

A detenção de funcionários da ONU pelos Huthis é uma grave escalada que ameaça a operação humanitária no Iémen. A comunidade internacional, liderada pela ONU e pela UE, exige a sua libertação imediata, temendo que a ação comprometa a entrega de ajuda vital e agrave a crise no país.

A ativação do mecanismo de sanções pela Europa marca um ponto de viragem crítico nas negociações nucleares com o Irão. Embora a diplomacia ainda seja uma possibilidade, o risco de um colapso total do acordo de 2015 e de uma maior escalada no Médio Oriente é agora significativamente mais elevado.

A confirmação de negociações entre Israel e a nova liderança síria para uma zona desmilitarizada é um passo diplomático sem precedentes que pode reconfigurar a segurança regional.

Contudo, a contínua atividade militar israelita e as tensões sectárias na Síria representam desafios significativos.

A questão do desarmamento do Hezbollah está no centro de uma crise política e de segurança no Líbano.

Enquanto o governo, apoiado por potências ocidentais, pressiona pela entrega das armas, o grupo xiita recusa-se a ceder, mantendo a região à beira de um novo conflito com Israel.

A retenção de fundos fiscais palestinianos por parte de Israel é uma medida com graves consequências económicas e políticas para a Cisjordânia.

A ONU alerta que esta ação põe em risco a própria existência da Autoridade Palestiniana e pode desestabilizar ainda mais a região.

A crescente onda de protestos em Israel revela uma forte oposição interna à estratégia do governo Netanyahu, com milhares de cidadãos a exigir um acordo para a libertação dos reféns em detrimento da continuação da guerra.

Esta pressão popular coloca o governo numa posição delicada, equilibrando os seus objetivos militares com as exigências humanitárias da sua própria população.