Briefing: Criptomoedas

Nove grandes bancos europeus, incluindo o CaixaBank, uniram-se para criar uma ‘stablecoin’ do euro, com o objetivo de criar um instrumento de pagamento digital de confiança na Europa e contrabalançar a influência dos EUA no setor. A iniciativa surge num quadro de debate regulatório e de preocupações expressas pelo BCE sobre a estabilidade e a soberania monetária.

O BCE vai lançar uma segunda fase de testes para o euro digital em colaboração com 70 parceiros de mercado.

O objetivo é explorar aplicações inovadoras como pagamentos B2B mais eficientes e recibos eletrónicos, visando modernizar o sistema de pagamentos europeu e promover a inclusão financeira.

O BCE, através de um estudo, valida o papel crucial do dinheiro físico em momentos de crise, como pandemias ou falhas de energia. A instituição recomenda que os cidadãos europeus mantenham uma reserva de numerário para cobrir despesas essenciais, reforçando a ideia de que, apesar da digitalização, o dinheiro físico continua a ser uma salvaguarda fundamental para a estabilidade.

Mais de 200 portugueses foram vítimas de uma fraude internacional com criptomoedas, perdendo em média 10 mil euros cada um. Os criminosos prometiam retornos de 5% a 10% através de plataformas online, mas transferiram os fundos para a Lituânia, destacando os perigos dos investimentos em ativos digitais não regulados.

A cotação da Bitcoin demonstrou uma volatilidade acentuada, com diferentes fontes a reportarem subidas e descidas no mesmo período, com valores que variaram entre os 109.000 e os 135.000 dólares.

Esta instabilidade reafirma o estatuto da Bitcoin como um ativo de alto risco e de natureza especulativa.

Portugal está a avançar com a supervisão do mercado de criptoativos através da CMVM e do Banco de Portugal.

Simultaneamente, existe um debate sobre o equilíbrio entre a regulação nacional, preferida por empresas locais, e um controlo mais centralizado a nível europeu pela ESMA, conforme sugerido pela CMVM.