Briefing: Crise na habitação

A construção de novas habitações em Portugal está mais cara, com os custos a subirem 3,9% em junho. O principal fator foi o aumento de 7,3% no custo da mão de obra, o que pressiona os preços finais e agrava os desafios de acessibilidade no mercado imobiliário.

O custo do alojamento estudantil em Portugal subiu 33% em três anos, com quartos a custar em média 416 euros, o que força muitos jovens a repensar as suas opções académicas.

A oferta pública é insuficiente, com o plano nacional de alojamento a falhar significativamente as suas metas, agravando a crise de acesso à habitação para estudantes.

A crise habitacional em Portugal é marcada por um défice de 150.000 casas e um parque de habitação pública de apenas 2%, muito inferior à média europeia. Especialistas consideram que os planos governamentais, como o PRR, são insuficientes, focando-se maioritariamente em reabilitação e não em construção nova, o que perpetua a dificuldade de acesso à habitação.

Com o lançamento da 'fintech' Finance21, a Century 21 aposta na digitalização do crédito à habitação para simplificar o acesso ao financiamento.

A plataforma, que permite avaliar a capacidade financeira antes da procura de casa, visa intermediar mil milhões de euros em 2026 e responder às dificuldades sentidas pelas famílias.

O Project Horizon, com 800 apartamentos no Prior Velho, surge como uma resposta de grande escala à crise de habitação para a classe média na Grande Lisboa.

A sua localização estratégica e a dimensão do investimento visam aumentar a oferta num mercado sob forte pressão.

Perante a escalada da crise habitacional na Europa, a Comissão Europeia está a desenvolver um plano de ação que inclui uma nova plataforma de investimento pan-europeia. A iniciativa visa mobilizar fundos, rever auxílios de Estado e regular o arrendamento de curta duração, numa tentativa de encontrar soluções coordenadas a nível europeu.

A crise da habitação em Portugal é um problema social e político profundo, afetando a generalidade da população e alimentando o descontentamento.

Descrita como um "flagelo", a inacessibilidade das casas motiva protestos e debates, evidenciando a urgência de soluções estruturais para um direito fundamental cada vez mais comprometido.

O Governo vai investir na remodelação do Campus XXI para concentrar dezenas de serviços públicos e ministérios, prevendo uma poupança anual de cerca de 20 milhões de euros.

A medida visa otimizar o uso do património do Estado e racionalizar despesas operacionais.

Para combater a pressão no mercado de habitação, a Câmara do Funchal suspendeu por seis meses a emissão de novas licenças de Alojamento Local. A medida, descrita como preventiva, reflete a crescente preocupação municipal em equilibrar os interesses do turismo com a necessidade de garantir casas para os residentes.