Briefing: Os números da semana

O ano de 2026 será marcado por uma pressão persistente sobre o custo de vida, com aumentos previstos nas rendas (2,24%), eletricidade (1%), portagens (2,29%) e bens alimentares como carne e peixe (cerca de 7%), apesar do abrandamento da inflação para 2,1%.

Esta subida fragmentada de custos fixos e essenciais irá exigir maior contenção por parte das famílias e uma gestão mais rigorosa por parte das empresas.

A CP anunciou um aumento médio de 2,26% nos preços dos bilhetes para 2026, afetando serviços como Alfa Pendular e Intercidades.

Contudo, os passes mensais Navegante, Andante e o Passe Ferroviário Verde manterão os seus preços atuais, protegendo os passageiros frequentes do aumento do custo da mobilidade.

Em 2026, o valor médio de construção para cálculo do IMI aumentará de 532 para 570 euros por metro quadrado, uma subida de 38 euros. Esta atualização, a primeira desde 2023, afetará o IMI de construções novas, imóveis reconstruídos ou reavaliados a partir do próximo ano, refletindo o aumento dos custos no setor da construção.

A CGD vendeu a sua participação de 19% na Águas de Portugal à Parpública por 375,5 milhões de euros, gerando uma mais-valia de 188 milhões para o banco. A operação, que consolida o controlo total da AdP pelo Estado, insere-se na estratégia da CGD de alienar ativos não estratégicos e reforçar o seu rácio de solvabilidade.

O Governo vai prorrogar as concessões dos casinos dos grupos Solverde e Estoril Sol para além de 31 de dezembro de 2025, devido a um atraso no concurso público internacional. A extensão será pelo "período estritamente necessário" até à conclusão do novo concurso para as zonas de jogo do Algarve, Espinho e Póvoa de Varzim, que recebeu oito candidaturas.

Na primeira semana de 2026, os preços dos combustíveis vão aumentar, pondo fim a várias semanas de descidas. Prevê-se uma subida de um cêntimo por litro na gasolina e de meio cêntimo no gasóleo, com o preço médio da gasolina 95 a chegar aos 1,656€/l e o do gasóleo simples aos 1,526€/l.

O ouro e a prata atingiram novos recordes, com a onça de ouro a superar os 4.511 dólares e a de prata os 74 dólares. Esta valorização, a mais acentuada desde 1979, é impulsionada pela incerteza geopolítica, a perspetiva de descida das taxas de juro nos EUA e a procura por ativos de refúgio por parte de investidores e bancos centrais.

As transferências bancárias 'normais' efetuadas desde 24 de dezembro só chegarão ao destino a 29 de dezembro, devido ao encerramento do sistema de pagamentos europeu TARGET/T2 durante o Natal. O Banco de Portugal esclarece que as transferências imediatas e o MB WAY continuam a funcionar normalmente, sendo a alternativa para pagamentos urgentes.

Em 2026, a idade legal da reforma em Portugal subirá para 66 anos e nove meses, um aumento de dois meses. Esta medida, justificada pelo aumento da esperança média de vida, será acompanhada por um agravamento do corte nas reformas antecipadas, com o fator de sustentabilidade a fixar-se em 17,63%, mantendo-se exceções para carreiras contributivas muito longas.

A restauração e a hotelaria acordaram um aumento salarial médio de cerca de 5% para 2026, após negociações com o SITESE. Esta atualização, superior à referência da Concertação Social, abrange todas as categorias profissionais e visa valorizar os trabalhadores e aumentar a atratividade do setor, num contexto de escassez de mão de obra e aumento de custos.

Portugal registou um excedente orçamental de 2,1% do PIB até setembro de 2025, totalizando 4.762 milhões de euros. Apesar de uma ligeira descida face a 2024, o resultado reforça a confiança do Governo em atingir a meta anual de um excedente de, pelo menos, 0,3% do PIB, mesmo com o aumento da despesa no terceiro trimestre.

Os preços da habitação em Portugal atingiram uma subida recorde de 17,7% no terceiro trimestre de 2025, impulsionados pelas casas usadas (+19,1%). Apesar do abrandamento no ritmo, foram vendidas mais de 42 mil casas, totalizando 10,5 mil milhões de euros, com as famílias a dominarem as compras e os compradores estrangeiros a perderem peso no mercado.

Os trabalhadores da distribuição, representados pelo SITESE, estão em greve nos dias 24 e 31 de dezembro, exigindo melhores salários e condições de trabalho.

A adesão estimada é de 10% a 20%, com a APED a garantir o funcionamento normal das lojas e a continuação das negociações em janeiro.