Briefing: Os números da semana

O processo de privatização da TAP avança com a qualificação dos grupos Lufthansa, Air France-KLM e IAG para a fase de propostas não vinculativas.

O Governo alienará até 44,9% do capital, excluindo os negócios de 'handling', 'catering' e os terrenos da Portela.

Enquanto a Air France-KLM reitera o interesse, o IAG levanta objeções à aquisição de uma participação minoritária, condicionando o negócio a um futuro controlo maioritário.

O Governo aprovou o aumento do Salário Mínimo Nacional para 920 euros em 2026, uma subida de 50 euros que dá seguimento ao acordo de rendimentos. A trajetória prevê que o SMN ultrapasse os 1.000 euros em 2028, enquanto o primeiro-ministro aponta para uma meta de longo prazo de 1.600 euros, dependente de um crescimento económico mais acelerado.

A Semapa acordou a venda da Secil ao grupo espanhol Molins por 1,4 mil milhões de euros, um negócio que gerará uma mais-valia de 400 milhões em 2026. A operação fez disparar as ações da Semapa em mais de 20%, reforçando a sua capacidade de investimento e concentrando o seu portefólio no setor da pasta e papel.

Na semana do Natal, os preços do gasóleo e da gasolina simples deverão descer três cêntimos por litro, fixando-se em cerca de 1,519 €/l e 1,645 €/l, respetivamente.

Esta queda, que representa um alívio para as famílias, é, contudo, limitada pela decisão do Governo de continuar a reduzir o desconto no ISP, aproveitando a conjuntura de descida dos mercados internacionais.

A partir de 2026, os 110 mil trabalhadores da Mercadona, incluindo 7.500 em Portugal, terão direito a mais uma semana de férias (29 dias úteis no total) e receberão um salário extra em março. Estas medidas representam um investimento total de 380 milhões de euros, justificado pela empresa com os bons resultados de 2025 e a sua política de valorização dos recursos humanos.

Em 2026, o Lidl Portugal investirá mais de 12 milhões de euros em salários, aumentando o ordenado de entrada para 1.000 euros brutos mensais. Com o subsídio de refeição, o pacote salarial inicial ultrapassa os 1.200 euros, numa medida que visa valorizar os colaboradores e reforçar a competitividade da empresa no mercado de trabalho.

O Banco de Portugal está mais otimista, alinhando com o Governo ao prever um crescimento do PIB de 2% em 2025 e 2,3% em 2026. As previsões para as contas públicas melhoraram substancialmente, com um saldo nulo esperado para este ano e um défice de apenas 0,4% do PIB em 2026, embora o BdP alerte para os riscos associados ao aumento da despesa permanente.

A assinatura do acordo comercial UE-Mercosul foi adiada para janeiro de 2026 devido a reservas de Itália e França.

A decisão coincide com protestos massivos de agricultores em Bruxelas, que temem cortes na PAC e concorrência desleal.

Portugal insiste na rápida conclusão do acordo, enquanto o Brasil ameaça procurar outros parceiros.

Em novembro, a taxa de juro média do crédito à habitação desceu para 3,133%, com a prestação média a estabilizar nos 394 euros. Contudo, os novos contratos registaram a primeira subida de juros em sete meses, para 2,853%, sinalizando uma possível inversão na tendência de alívio do custo do crédito para novas aquisições.

Os preços dos produtos da ceia de Natal subiram em 2025, com o bacalhau a aumentar 10,48% e o peru 11,53% desde o início do ano.

As perspetivas para 2026 apontam para novos agravamentos no preço do bacalhau.

O cabaz alimentar geral atingiu o valor mais alto desde 2022, refletindo a pressão inflacionista sobre o orçamento das famílias.

O BCE manteve as taxas de juro inalteradas, com a taxa de depósito a permanecer nos 2%.

A decisão foi justificada pela estabilização da inflação e por uma revisão em alta do crescimento económico da zona euro para 1,2% em 2026. Christine Lagarde sublinhou que, apesar do cenário positivo, a incerteza persiste e todas as opções para a política monetária futura continuam em aberto.

A Autoeuropa vai suspender a produção por 70 dias em 2026 para se adaptar a novos modelos eletrificados, num investimento de 300 milhões de euros. A paragem implicará uma quebra de produção de até 30 mil unidades, mas os salários dos trabalhadores serão garantidos através de um acordo de 'lay-off'.

As rendas poderão ser atualizadas em até 2,24% em 2026.

Contudo, contratos que não foram revistos nos últimos anos enfrentam a possibilidade de um aumento acumulado superior a 11%, devido à aplicação retroativa dos coeficientes de anos anteriores.

Existem apoios públicos e deduções fiscais para mitigar o impacto nas famílias.