Briefing: Os números da semana

A subida significativa dos preços, especialmente no gasóleo em 4,5 cêntimos, reflete as flutuações do mercado e a iminente reversão gradual dos apoios fiscais ao ISP, aumentando a pressão sobre os orçamentos dos consumidores e das empresas em Portugal.

A subida generalizada de 8,7% nos preços da habitação em Portugal, com picos de valorização nos Açores (20,8%) e Alentejo (18,7%), agrava as dificuldades de acesso ao mercado imobiliário em todo o território nacional, refletindo o contínuo desequilíbrio entre oferta e procura.

A descida do IVA na construção para 6% é vista como uma medida crucial para o setor da habitação, mas o atraso na sua implementação até ao primeiro trimestre de 2026 arrisca paralisar a construção nova, com promotores a adiarem projetos à espera da nova taxa.

A queda de 10,1% nos lucros do Montepio para 86,4 milhões de euros, impulsionada pela compressão da margem financeira, ilustra os desafios que o setor bancário enfrenta com a normalização das taxas de juro, apesar do crescimento da atividade comercial e da melhoria dos seus principais rácios de risco.

A suspensão do apoio à renda a mais de 40 mil famílias, justificada por "incongruências" administrativas, revela falhas na execução de uma medida social crucial. A falta de capacidade de resposta do IHRU e a ausência de comunicação clara deixam milhares de inquilinos em situação de vulnerabilidade e incerteza financeira.

A atualização das prestações do crédito à habitação em novembro mostra uma tendência mista: descidas para os contratos a 6 e 12 meses e uma ligeira subida para os contratos a 3 meses.

Esta evolução reflete as flutuações das taxas Euribor e a estabilização da política monetária do BCE.

A OPEP+ optou por um aumento moderado da produção de 137.000 barris diários em dezembro, seguido de uma pausa de três meses.

Esta estratégia visa equilibrar a oferta face à concorrência crescente e à sazonalidade do mercado, mantendo uma abordagem prudente para a estabilidade dos preços.

As previsões de cortes de postos de trabalho e de redução do investimento por um terço das empresas alemãs em 2026 são um sinal alarmante para a maior economia da Europa.

Este pessimismo, mais acentuado na indústria, reflete o impacto combinado do stress geopolítico e dos elevados custos internos, ameaçando o crescimento e a estabilidade económica na região.

A reprogramação do PRR, com a exclusão de 311 milhões de euros em empréstimos para obras irrealizáveis no prazo, reflete uma abordagem mais pragmática do Governo. A estratégia foca-se em garantir a execução total das subvenções e em redirecionar fundos para áreas com maior capacidade de concretização, como o apoio às empresas, mesmo que isso implique reduzir o envelope financeiro total.

O excedente orçamental de 6,3 mil milhões de euros até setembro confirma a trajetória de consolidação das contas públicas.

Este desempenho foi sustentado por um forte crescimento da receita fiscal e contributiva, que superou o aumento da despesa, nomeadamente com pessoal.