Briefing: Os números da semana

O acordo estratégico entre a Impresa e a MFE, no valor de 17,3 milhões de euros por uma participação de 32,9%, visa fortalecer a competitividade de ambos os grupos no mercado europeu, mantendo o controlo acionista na família Balsemão. A operação, pendente de aprovações regulatórias e bancárias, ocorre num momento em que a dívida líquida da Impresa se fixava em 145 milhões de euros.

A Comissão Europeia desembolsou mais 1,06 mil milhões de euros do PRR para Portugal, elevando o total recebido para 13,8 mil milhões (62% do plano).

Apesar do sucesso na obtenção dos fundos junto de Bruxelas, persistem preocupações, expressas pelo Presidente da República, sobre a lentidão na sua distribuição aos beneficiários finais, embora 2025 registe um volume recorde de pagamentos.

O Setor Empresarial do Estado registou prejuízos de 1,312 mil milhões de euros em 2024, com o SNS a ser responsável por 1,7 mil milhões de perdas (93% do total). O relatório do CFP destaca ainda que 35 empresas públicas se encontram em falência técnica, apesar de uma melhoria nos indicadores financeiros globais do setor.

Em outubro, a avaliação bancária da habitação em Portugal superou pela primeira vez os 2.000 €/m², atingindo um valor mediano recorde de 2.025 €/m².

Este aumento homólogo de 17,7% foi impulsionado principalmente pela valorização dos apartamentos (+22,1%), acentuando as dificuldades de acesso à habitação.

Um estudo revela que os trabalhadores sobrequalificados em Portugal enfrentam uma penalização salarial de 36,8% e maior precariedade (27%).

O fenómeno afeta de forma mais acentuada os imigrantes com formação superior, dos quais 44,9% se encontram nesta situação, evidenciando desigualdades estruturais no mercado laboral.

Nos primeiros nove meses de 2025, as exportações de calçado português cresceram 2,1% em valor, atingindo 1,32 mil milhões de euros, e 3,8% em volume.

O setor demonstrou resiliência, com fortes crescimentos nos mercados alemão (+11,3%) e espanhol (+20,6%), superando o desempenho dos principais concorrentes internacionais.

A Ucrânia garantiu um novo financiamento de quatro anos do FMI no valor de aproximadamente 7 mil milhões de euros para assegurar a estabilidade macroeconómica e cobrir despesas críticas. Este acordo é vital para a sustentabilidade financeira do país, que, segundo o FMI, precisará de um total de 136,5 mil milhões de dólares em financiamento até 2029.

A Sonae Arauco alcançou uma redução significativa de 41% nas suas emissões de GEE desde 2019, com uma quebra de 16% no último ano. A empresa, que visa um corte de pelo menos 58,8% até 2033, tem focado a sua estratégia na eficiência energética, energias renováveis e na descarbonização da sua cadeia de valor.

O mercado imobiliário português assistiu a uma queda de 73% na oferta de casas até 200 mil euros nos últimos cinco anos, enquanto o segmento de luxo (+42%) expandiu-se.

Esta tendência agrava as dificuldades de acesso à habitação para a classe média, especialmente em cidades como Funchal e Lisboa, onde a habitação acessível se tornou residual.

Contra a vontade do Governo, o Parlamento aprovou a isenção e suspensão de portagens em várias autoestradas, como a A25, A6, A2 e A41.

As medidas, impulsionadas pela oposição, representam um impacto orçamental anual estimado em mais de 100 milhões de euros, levantando preocupações sobre a sustentabilidade das contas públicas.