Briefing: Os números da semana

A manutenção do 'rating' A3 pela Moody's confirma a resiliência da economia portuguesa, mas alerta para os desafios do elevado endividamento.

Apesar de não ter havido uma subida, a perspetiva estável sugere um equilíbrio entre os progressos orçamentais e os riscos geopolíticos e políticos internos, mantendo a confiança dos mercados na trajetória económica do país.

O fim da isenção de taxas para encomendas de baixo valor representa uma mudança estrutural no comércio eletrónico europeu. A medida visa proteger o mercado interno e garantir uma concorrência mais justa, mas implicará um aumento do custo final para os consumidores que utilizam plataformas de comércio eletrónico internacionais para compras de pequeno valor.

O reforço de 678 milhões de euros no SNS, totalizando quase 1,4 mil milhões de euros em 2025, evidencia um esforço governamental para responder às carências financeiras do setor da saúde. A medida visa melhorar a capacidade de resposta em recursos humanos e serviços, embora se insira num contexto de crescente pressão sobre as contas públicas e de desafios estruturais no SNS.

A alteração do calendário do IUC para uma data fixa em fevereiro visa simplificar o sistema fiscal, mas a sua implementação gerou preocupações de dupla tributação a curto prazo.

A introdução de uma norma transitória pelo Governo procura mitigar este impacto, garantindo uma transição mais suave e justa para os contribuintes afetados.

O aumento do salário médio em Portugal no terceiro trimestre confirma uma tendência de recuperação do poder de compra, ainda que a um ritmo mais lento. Os dados do INE mostram um crescimento salarial acima da inflação, mas com disparidades significativas entre os diferentes setores de atividade e categorias profissionais.

A subida contínua dos preços dos combustíveis reflete a volatilidade dos mercados internacionais e a incerteza da política fiscal interna.

Para os consumidores, o impacto é imediato, com os custos de transporte a aumentarem, enquanto o debate sobre a sustentabilidade dos apoios fiscais permanece em aberto.

A proposta do PS para a isenção de portagens no Alentejo coloca a coesão territorial no centro do debate orçamental. Com um custo estimado superior a 20 milhões de euros, a medida testa o equilíbrio de forças no Parlamento e a capacidade do Governo de gerir propostas da oposição com impacto financeiro significativo.

O aumento de 51% nos custos com cirurgias adicionais em apenas dois anos expõe uma dependência crónica do SNS de horas extraordinárias para gerir as listas de espera. O relatório da IGAS aponta para uma falha estrutural na capacidade de resposta do sistema, que recorre sistematicamente a um mecanismo excecional, com elevados custos financeiros.

A isenção da revisão de preços para medicamentos até 30 euros é uma medida estratégica para garantir o abastecimento de fármacos essenciais e de baixo custo.

Ao mesmo tempo que gera uma poupança significativa para o Estado, a nova regra procura equilibrar o controlo da despesa com a estabilidade do mercado farmacêutico.

O aumento contínuo do preço do cabaz alimentar essencial demonstra que a inflação continua a ser uma preocupação central para as famílias portuguesas.

O custo acrescido de 10 euros num ano para os mesmos produtos evidencia uma perda real de poder de compra, especialmente em bens de primeira necessidade.