Briefing: Encerramentos de urgências esta semana

A falta de médicos especialistas forçou o encerramento de várias urgências de obstetrícia durante o fim de semana, nomeadamente em Caldas da Rainha, Setúbal e Vila Franca de Xira, enquanto outras unidades operaram com constrangimentos, evidenciando uma crise de recursos humanos no SNS.

O plano de encerramento da Neonatologia do Hospital Dona Estefânia, com concentração de serviços na Maternidade Alfredo da Costa, divide opiniões: enquanto algumas sociedades médicas e a tutela o defendem como uma reorganização necessária devido à falta de médicos, sindicatos, partidos da oposição e cidadãos contestam a medida, temendo a perda de cuidados essenciais.

Uma proposta do Governo para desclassificar os serviços de Pediatria e Cirurgia Pediátrica do Hospital de Gaia está a gerar forte oposição do Sindicato dos Médicos do Norte e de hospitais afetados, que alertam para o risco de perda de valências e a sobrecarga de outras unidades hospitalares.

A indisponibilidade de urgências obstétricas e de meios de emergência, como a VMER de Leiria, levou a que uma grávida desse à luz numa ambulância na autoestrada A1.

Este incidente ilustra as graves consequências da crise no SNS, forçando transferências de alto risco por longas distâncias.

A crescente dependência de 'médicos tarefeiros' para assegurar as urgências do SNS evidencia uma crise estrutural.

Estes profissionais exigem a integração no sistema, enquanto o bastonário da Ordem dos Médicos denuncia o seu uso 'abusivo' e culpa o Estado pela desvalorização das carreiras médicas, causa principal do problema.

Os serviços de urgência em Portugal enfrentam uma procura que é mais do dobro da média da OCDE, com quase 16 milhões de atendimentos em dois anos.

Metade destes casos são considerados não urgentes, o que sobrecarrega o sistema e evidencia falhas nos cuidados de saúde primários.

A greve da função pública registou uma adesão elevada no setor da saúde, afetando hospitais e centros de saúde em todo o país.

Convocada em protesto contra a reforma laboral do Governo, a paralisação condicionou o funcionamento normal dos serviços, apesar da garantia de serviços mínimos.

As ruturas de medicamentos nos hospitais do SNS tornaram-se um problema crónico e grave, com falhas diárias ou semanais em mais de metade das instituições.

Esta situação obriga frequentemente à alteração da terapêutica dos doentes, comprometendo a qualidade e a segurança dos cuidados de saúde.

Comissões de utentes e sindicatos convocaram protestos em Almada, Setúbal e Barreiro para exigir mais investimento no SNS, a reabertura de urgências e a contratação de médicos de família. A mobilização critica a falta de resposta do Governo à degradação dos cuidados de saúde na região.

Uma nova estirpe de gripe A está a provocar uma chegada antecipada e potencialmente mais severa da época gripal na Europa. As autoridades de saúde apelam à vacinação para evitar uma "pressão adicional" sobre os serviços de urgência do SNS, que já enfrentam uma crise de recursos.