Briefing: Encerramentos de urgências esta semana

O encerramento frequente das urgências de obstetrícia na Margem Sul, especialmente no Hospital do Barreiro, resultou num perigoso aumento de partos em ambulâncias.

A situação expõe uma grave carência de recursos humanos e levou o Governo a propor a criação de uma urgência regional como solução para a crise.

O nascimento de um bebé na receção do Hospital de Gaia, com alegações de que a criança caiu ao chão, motivou a abertura de um inquérito pela IGAS. Enquanto o hospital nega negligência, o caso gerou uma forte reação pública e da tutela, evidenciando falhas graves no sistema de atendimento de urgência obstétrica.

A Linha SNS 24 enfrenta um potencial colapso no inverno devido a subfinanciamento, com um estudo a prever um milhão de chamadas não atendidas.

O Governo reconheceu o problema e anunciou medidas de reforço, incluindo a contratação de mais profissionais e a implementação de inteligência artificial para mitigar a crise.

A demissão da diretora clínica da ULS Amadora-Sintra, por motivos pessoais, ocorre num contexto de crise aguda nas urgências do Hospital Fernando Fonseca, marcadas por tempos de espera superiores a 15 horas e alegada falta de médicos.

A saída evidencia a pressão extrema sobre a gestão hospitalar na região.

Para enfrentar a pressão sazonal sobre o SNS, o Governo determinou, através de despacho, um plano de inverno que obriga as ULS a uma reorganização rigorosa das escalas, gestão de férias, reforço dos cuidados primários e ativação de mais camas. Notavelmente, qualquer encerramento de urgências passa a exigir autorização prévia da Direção Executiva do SNS.

Álvaro Almeida, Diretor Executivo do SNS, desvalorizou o aumento de partos em ambulâncias, considerando-os um fenómeno inevitável e que “sempre existiu”.

Anunciou a criação de urgências regionais como resposta à crise, admitindo, no entanto, que este novo modelo poderá até aumentar a frequência destes incidentes.

O nascimento de um bebé num carro à porta do Hospital de Sintra, assistido por uma agente da PSP, expôs possíveis falhas no acesso aos cuidados de saúde. O caso ganhou relevância mediática e motivou um pedido de esclarecimentos por parte da Ministra da Saúde à administração hospitalar.

O Governo suspendeu o projeto do novo Hospital do Oeste para reavaliar a sua localização, uma decisão que, embora justificada como uma medida de aprofundamento técnico, foi criticada por autarcas locais, que veem a solução para os problemas de saúde da região ser novamente adiada.

A decisão da ULS de Braga de não renovar o contrato de cerca de 100 profissionais de saúde foi revertida após a intervenção do SEP. O episódio expôs a tensão na gestão de recursos humanos e suscitou acusações de que o Governo estaria a enfraquecer a unidade para justificar uma futura parceria público-privada.

O encerramento da maternidade de Abrantes desencadeou uma forte mobilização por parte da Comissão de Utentes e de partidos políticos, que exigem a manutenção do serviço.

A situação reflete a crise de recursos humanos no SNS e o impacto dos encerramentos rotativos na segurança dos cuidados materno-infantis na região do Médio Tejo.