Briefing: Encerramentos de urgências esta semana

A urgência do Hospital Amadora-Sintra regista tempos de espera perigosamente longos, que chegam a ultrapassar as 15 horas para doentes urgentes. As causas principais são a ocupação de camas por doentes com alta social, a falta de médicos de família na região e a elevada afluência de casos não urgentes, refletindo uma crise sistémica no SNS.

A dispensa de 40 enfermeiros na ULS de Braga desencadeou um conflito entre o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e a administração. O sindicato acusa o Governo de preparar a privatização da unidade, enquanto a administração alega "motivos estratégicos de gestão" e a necessidade de reavaliar custos para o plano de inverno.

A proposta de encerramento da maternidade de Abrantes e da urgência pediátrica de Torres Novas, inserida num plano de reorganização do SNS, enfrenta forte oposição. A Comissão de Utentes do Médio Tejo lançou uma petição com milhares de assinaturas e deputados do PS questionaram o Governo, temendo a perda de cuidados de saúde essenciais na região.

A carência de obstetras no Hospital de Vila Franca de Xira ameaça a sua capacidade de formar novos médicos e a continuidade da urgência. Enquanto a Ordem dos Médicos alerta para o risco de encerramento com apenas um especialista, a administração hospitalar garante ter três e estar a contratar mais quatro, negando o perigo iminente.

O plano do Governo para encerrar a urgência de obstetrícia do Hospital do Barreiro, centralizando os serviços em Almada, enfrenta forte oposição.

Utentes, sindicatos e autarcas protestaram, argumentando que a medida retirará cuidados de proximidade a uma vasta população e sobrecarregará o Hospital Garcia de Orta.

Dados da Direção Executiva do SNS mostram uma redução de 34% nos dias de encerramento de urgências de janeiro a agosto de 2025 face a 2024. Apesar da melhoria estatística, a DE-SNS admite que a "grande escassez" de profissionais, sobretudo em obstetrícia e pediatria, continua a ser um problema estrutural que condiciona o funcionamento da rede.

Um piso do Centro de Saúde da Covilhã foi encerrado preventivamente devido a níveis de gás radão acima do permitido, um gás radioativo considerado cancerígeno.

A ULS da Cova da Beira transferiu os serviços afetados para outras localizações para garantir a segurança de utentes e profissionais, que serão submetidos a avaliação médica.

O encerramento de um centro de saúde em Tondela por um mês, devido à licença de paternidade dos seus únicos dois médicos, que são um casal, gerou protestos na comunidade. O caso evidencia a fragilidade dos cuidados de saúde primários em regiões com poucos profissionais e a falta de planeamento para cobrir ausências.

Um plano de reorganização do SNS propõe a mobilidade de equipas de 12 maternidades e o encerramento de urgências, como a de obstetrícia no Barreiro e a de pediatria em Torres Novas. O objetivo é concentrar recursos humanos escassos, mas a medida enfrenta já forte contestação local por receio de perda de acesso a cuidados essenciais.

A IGAS concluiu que a morte de um idoso em Mogadouro durante a greve do INEM em 2024 pode estar ligada a um atraso no atendimento do CODU. A inspeção apontou indícios disciplinares a um médico regulador, levando o INEM a abrir um processo disciplinar, num caso que evidencia as fragilidades do sistema de emergência durante a paralisação.