Briefing: Encerramentos de urgências esta semana

A ameaça de greve por mais de mil médicos tarefeiros, em protesto contra a redução do valor/hora, representa um risco significativo para a estabilidade das urgências do SNS, especialmente em regiões altamente dependentes destes profissionais, podendo levar ao colapso de serviços essenciais.

A trágica morte de uma grávida e do seu bebé no Hospital Amadora-Sintra revelou falhas críticas de comunicação e de sistemas no SNS, resultando numa crise política para a Ministra da Saúde, que enfrenta acusações de desinformação e insensibilidade, e numa queixa-crime por parte da família.

A falha operacional do helicóptero do INEM em Loulé, devido a problemas de manutenção, resultou em atrasos significativos no transporte de doentes críticos, incluindo um recém-nascido, expondo vulnerabilidades na rede de emergência médica aérea e levando à abertura de um inquérito pela IGAS.

A urgência do Hospital Amadora-Sintra enfrentou um colapso, com tempos de espera para doentes urgentes a excederem as 24 horas.

A administração atribuiu a crise à falta de médicos e ao elevado afluxo de doentes, apelando ao uso prévio da linha SNS24 para aliviar a pressão sobre o serviço.

O presidente do Conselho de Administração da ULS Amadora-Sintra demitiu-se, assumindo a responsabilidade por uma "falha grave" na comunicação de informações à Ministra da Saúde sobre a grávida que faleceu. A ministra aceitou a demissão, num desfecho que reflete a grave crise na unidade hospitalar.

A gestão de Ana Paula Martins à frente do Ministério da Saúde está marcada por uma crise de confiança, alimentada por casos graves no SNS e declarações polémicas. Apesar do apoio do primeiro-ministro, a pressão para a sua demissão aumenta por parte da oposição, sindicatos e figuras públicas.

A ausência de uma integração eficaz dos sistemas de informação entre os cuidados de saúde primários e os hospitais do SNS, como evidenciado no caso do Amadora-Sintra, constitui uma falha sistémica que compromete a segurança dos doentes e a comunicação institucional, apesar das garantias técnicas de acesso aos dados.

O Governo vai comprar quatro novos helicópteros para o INEM até 2026, numa tentativa de reforçar a capacidade de emergência médica aérea.

A medida, no entanto, é vista por críticos como insuficiente para resolver os problemas estruturais e organizacionais do SNS.

Perante as falhas operacionais no INEM, o governo nomeou o médico Luís Cabral como novo presidente.

A nova liderança tem a tarefa de reorganizar o instituto e garantir a eficácia dos meios de emergência, substituindo Sérgio Janeiro, que reconheceu a necessidade de melhorias contínuas na instituição.

Uma família acusa a Maternidade de Coimbra de negligência pela morte de um feto de 37 semanas, alegando que o bebé tinha sinais vitais à chegada, o que a ULS nega. A ERS está a investigar o caso, que se junta a outros incidentes recentes, aumentando a preocupação sobre a qualidade dos cuidados de obstetrícia no país.

A IGAS instaurou um inquérito para apurar por que motivo um recém-nascido em estado crítico foi transportado de ambulância do Algarve para Lisboa, após o helicóptero do INEM se encontrar inoperacional por falta de equipamento.

O caso expõe falhas na gestão de meios de emergência médica.

O Hospital de Santa Maria da Feira está a investigar a morte de um feto de 37 semanas, após a mãe denunciar ter deixado de ser acompanhada a partir das 26 semanas de gestação.

A unidade hospitalar lamentou o ocorrido e iniciou uma análise interna para apurar os factos.