Briefing: Encerramentos de urgências esta semana

A contestação popular no Médio Tejo, materializada num abaixo-assinado com milhares de assinaturas, evidencia uma forte oposição ao potencial encerramento da Urgência Pediátrica de Torres Novas e da Maternidade de Abrantes.

As entidades locais e os utentes exigem que o Governo garanta a continuidade destes serviços, considerados vitais para a coesão social e a saúde da região.

O plano governamental para urgências regionais enfrenta forte oposição sindical, com a FNAM a acusar o Ministério da Saúde de tentar impor uma mobilização forçada de médicos, ameaçando com rescisões em massa. Apesar da proposta de incentivos financeiros, os sindicatos consideram o modelo prejudicial para os profissionais e para o acesso da população aos cuidados de saúde.

A falta de médicos especialistas levou ao encerramento de quatro urgências de obstetrícia e ao condicionamento de várias outras em todo o país durante o fim de semana.

Esta crise recorrente no SNS obriga a uma gestão centralizada dos utentes através da linha SNS 24, evidenciando a fragilidade da resposta hospitalar em especialidades críticas.

O aumento de partos em ambulâncias é uma consequência direta e alarmante dos encerramentos e constrangimentos nas urgências de obstetrícia. A situação, particularmente grave na Península de Setúbal, evidencia os riscos para grávidas e recém-nascidos e a necessidade urgente de reforçar os serviços de proximidade no SNS.

A contratação de médicos tarefeiros custa ao SNS mais de 174 milhões de euros em oito meses, evidenciando uma dependência dispendiosa para manter os serviços a funcionar. O Governo pretende rever as regras para conter os custos, mas a medida enfrenta ceticismo por parte de profissionais que consideram este modelo essencial para a sobrevivência do SNS.

A FNAM marcou uma greve nacional para 24 de outubro em protesto contra a postura do Ministério da Saúde, acusando-o de impor medidas prejudiciais, como as urgências regionais, sem negociação.

A paralisação visa pressionar o Governo a dialogar sobre a carreira médica e a garantir melhores condições de trabalho no SNS.

A greve dos enfermeiros, com elevada adesão a nível nacional, paralisou múltiplos serviços de saúde em protesto contra a proposta de Acordo Coletivo de Trabalho do Governo. Os profissionais recusam o aumento da carga horária e a perda de direitos, exigindo uma negociação que valorize a carreira e as condições de trabalho.

A contratação de médicos para o SNS ficou muito aquém das necessidades, com quase metade das vagas para especialistas hospitalares a ficarem por preencher.

Este défice estrutural de recursos humanos é uma causa fundamental da crise nas urgências e reflete a baixa atratividade da carreira médica no setor público.

O nascimento de um bebé na receção da urgência de Gaia motivou a abertura de um inquérito pela IGAS para investigar a assistência prestada. O caso, que envolve uma queixa do pai por alegada queda do recém-nascido, expõe potenciais falhas no atendimento de grávidas e na triagem de urgência.

As restrições no serviço de urgência de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital de Braga durante o fim de semana são mais um exemplo da crise de recursos humanos que afeta o SNS. A necessidade de encaminhamento prévio através da linha SNS 24 torna-se essencial para gerir a procura e garantir o atendimento nos casos mais urgentes.