Briefing: Fusões e Aquisições (M&A)

A Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil do BBVA sobre o Sabadell fracassou ao obter apenas 25,47% de adesão, muito abaixo do mínimo necessário. A administração do Sabadell celebrou a manutenção da independência, enquanto o BBVA lamentou a "oportunidade perdida", mas reafirmou a sua estratégia futura.

O desfecho reflete os desafios regulatórios e políticos que envolvem grandes fusões no setor bancário europeu.

Numa transação de quatro mil milhões de euros, a L'Oréal adquiriu a divisão de beleza da Kering, incluindo a marca de perfumes Creed e licenças de longo prazo para marcas como a Gucci. A operação, a maior de sempre para a L'Oréal, permite à Kering reduzir a sua dívida e focar-se na moda, enquanto a L'Oréal reforça a sua posição no mercado de luxo. O mercado reagiu positivamente, validando a estratégia de ambas as gigantes.

A Warner Bros.

Discovery está oficialmente a considerar uma venda, total ou parcial, após receber propostas de compra não solicitadas.

O conselho de administração está a avaliar todas as alternativas estratégicas, incluindo a separação já planeada da empresa.

Nomes como Skydance, Netflix e Comcast foram mencionados como potenciais interessados, num movimento que pode redesenhar a indústria global de media.

A Aligned Data Centers foi adquirida por um consórcio que inclui Blackrock, Nvidia e Microsoft por cerca de 34,4 mil milhões de euros, na maior transação de sempre no setor. O negócio, vendido pela Macquarie Asset Management, evidencia a importância estratégica das infraestruturas de centros de dados para o desenvolvimento da inteligência artificial e a consolidação do poder dos gigantes tecnológicos neste domínio.

A Impresa, de Francisco Pinto Balsemão, negoceia a sua venda ao grupo italiano MediaForEurope para resolver uma dívida de mais de 140 milhões de euros. O acordo prevê a continuidade da família Balsemão na estrutura, mas a sua concretização depende de um perdão de dívida mais significativo por parte do CaixaBank, o principal credor, que os italianos consideram crucial para viabilizar o negócio e os investimentos necessários.

A Menzies perdeu, em fase preliminar, o concurso para as licenças de 'handling' nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro para um consórcio espanhol liderado por uma empresa do grupo Iberia. A decisão ameaça o plano de recuperação da antiga Groundforce, que a Menzies adquiriu em 2024, e o pagamento de 30 milhões de euros a credores. A empresa vai recorrer, enquanto os sindicatos alertam para conflitos de interesse ligados à privatização da TAP.

Mate Rimac está a negociar a compra dos 45% da Porsche na Bugatti Rimac para obter o controlo total da marca.

O objetivo é agilizar a gestão e o investimento a longo prazo, superando a burocracia da 'joint-venture' atual.

Se o negócio, avaliado em cerca de mil milhões de euros, for concluído, a Bugatti passará a ser totalmente controlada pelo grupo croata.

A fusão entre a Getty Images e a Shutterstock está a ser investigada pelo regulador britânico (CMA), que teme uma redução significativa da concorrência no mercado de conteúdo digital. As empresas têm um prazo para apresentar soluções que mitiguem estes riscos, sob pena de o negócio, avaliado em mais de 3,4 mil milhões de euros, ser bloqueado.

A operação está também sob análise nos Estados Unidos.

A EDP vendeu uma linha de transmissão de 135 km no Brasil por 81 milhões de euros ao fundo EDEN, gerido pela Actis. A venda faz parte da estratégia de rotação de ativos da empresa, permitindo libertar capital para novos investimentos e otimizar o seu portefólio.

A transação representa um retorno significativo sobre o capital investido e está pendente de aprovações regulatórias.

A Mota-Engil vai reduzir a sua influência na espanhola Duro Felguera ao não participar no novo financiamento previsto no plano de reestruturação da empresa. A decisão de diluir a sua participação, detida através da Mota-Engil México, surge num momento crítico para a Duro Felguera, que procura reerguer-se através da venda de ativos e de uma injeção de capital do seu acionista maioritário.