Briefing: Fusões e Aquisições (M&A)

A privatização de uma participação minoritária na TAP avança, atraindo o interesse de grandes grupos aéreos europeus como a IAG. O CEO da companhia sublinha a necessidade de integração para garantir a sobrevivência, enquanto o Governo cria uma comissão de acompanhamento para assegurar a transparência do processo, cujo desfecho definirá o futuro estratégico da transportadora de bandeira portuguesa.

A privatização da Azores Airlines encontra-se num ponto crítico, dependendo de uma reunião crucial com o único consórcio concorrente para evitar cenários como a negociação particular ou o encerramento.

O governo regional pressiona por uma resolução, enquanto o sindicato dos pilotos apoia o processo, mas exige garantias para os trabalhadores e a manutenção do interesse público açoriano.

A OPA hostil do BBVA ao Sabadell enfrenta um obstáculo significativo com a recusa da Zurich, segundo maior acionista, em vender a sua participação.

Esta decisão reforça a posição da administração do Sabadell contra a oferta e aumenta a incerteza sobre o desfecho de uma das maiores tentativas de consolidação no setor bancário europeu.

A potencial aquisição do grupo Impresa pela italiana MFE enfrenta sérios obstáculos, com rumores de que o negócio está em risco devido a preocupações financeiras reveladas durante a 'due diligence' e a negociações sobre a dívida. A incerteza sobre o futuro da SIC e do Expresso espelha as preocupações já levantadas na Alemanha após a MFE adquirir a ProSieben, nomeadamente quanto à independência editorial e à manutenção de postos de trabalho.

A venda do parque de exposições Exponor abriu a porta ao interesse da AEP, sua antiga proprietária, em readquirir o ativo. A operação é complexa, envolvendo um fundo imobiliário e um projeto de desenvolvimento urbano já aprovado, mas a AEP posiciona-se como um parceiro estratégico para o futuro do maior recinto de feiras do país.

A privatização da Medway foi finalizada com a compra de 5% do seu capital por um grupo de 23 trabalhadores, através de uma OPV. Esta operação simbólica, que totalizou mais de 82 mil euros, conclui um processo de uma década e permite à empresa, controlada pela MSC, avançar com a sua parceria estratégica com a espanhola Renfe.

No decorrer da OPA lançada pela Visabeira, a Martifer cancelou a distribuição de quatro milhões de euros em dividendos aos acionistas.

A decisão seguiu uma recomendação da CMVM, evidenciando o escrutínio regulatório sobre a operação enquanto o registo da oferta permanece pendente.

Numa ação que evidencia as tensões geopolíticas sobre a tecnologia de semicondutores, o governo holandês interveio na Nexperia, uma empresa de 'chips' detida por capitais chineses, para garantir a segurança do fornecimento na Europa. A medida, que confere ao Estado poder de veto sobre a gestão, foi justificada por falhas de governação e riscos para o conhecimento tecnológico, sendo fortemente criticada pela empresa-mãe chinesa.

O Grupo Lacasa, conhecido por marcas como Lacasitos e Conguitos, finalizou a aquisição da empresa marroquina Lucar.

Esta operação estratégica, iniciada em 2020, visa fortalecer a expansão internacional da empresa espanhola, utilizando a localização da fábrica em Tânger para otimizar a logística e reforçar a sua presença no Norte de África e noutros mercados globais.

A aquisição do Hilton Porto Gaia pela parceria entre a francesa Extendam e a norte-americana Highgate confirma o forte interesse do capital internacional no setor hoteleiro de luxo em Portugal. A transação, que mantém a gestão a cargo da Highgate, visa potenciar o desempenho do hotel e reforça o posicionamento do Porto como um mercado dinâmico e atrativo.