Briefing: Greves esta semana

As greves de dois dias no setor da educação e na Administração Pública, motivadas por reivindicações salariais e de melhores condições de trabalho, ameaçam perturbações significativas. A paralisação do pessoal não docente na quinta-feira, seguida por uma greve geral na sexta-feira, poderá levar ao encerramento de escolas e afetar outros serviços públicos essenciais.

A greve nacional de médicos convocada pela FNAM para 24 de outubro protesta contra o plano do Governo de mobilização obrigatória de clínicos para urgências regionais, medida que o sindicato considera ilegal e prejudicial ao SNS. A federação denuncia a falta de diálogo e o risco de mais médicos abandonarem o serviço público, mantendo a paralisação como forma de contestação.

Numa manifestação em Lisboa, bombeiros voluntários exigiram uma carreira digna, melhores salários, subsídio de risco e reforma aos 60 anos.

Sentindo-se abandonados pelo Governo, os manifestantes procuram o reconhecimento de um setor que consideram essencial mas desvalorizado.

O Sinapol iniciou uma série de protestos de quatro dias em Lisboa para exigir a valorização da carreira policial, alertando para a falta de efetivos.

A ação, que consiste na distribuição de folhetos, visa pressionar o Governo no momento em que este inicia negociações com outros sindicatos do setor.

A greve dos guardas prisionais no Estabelecimento Prisional de Lisboa, que resultou em incidentes com reclusos, expõe uma profunda crise no sistema prisional. O sindicato do setor denuncia a perda de quase 900 guardas em oito anos devido a más condições salariais e de trabalho, o que compromete a segurança e evidencia a falta de atratividade da carreira.

Um movimento de professores apresentou uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos no Parlamento, com mais de 24 mil assinaturas, para exigir a contagem integral do tempo de serviço para docentes que entraram nos quadros antes de 2011. A medida visa corrigir uma desigualdade criada por um diploma de 2018 e forçar uma solução legislativa para um problema que os partidos reconhecem mas ainda não resolveram.

A falta de pagamento de horas extraordinárias a trabalhadores do INEM ameaça a continuidade dos serviços de emergência. Este problema agrava um clima de instabilidade laboral já marcado por greves anteriores com consequências graves, refletindo dificuldades estruturais na gestão de recursos humanos do instituto.