Briefing: Greves esta semana

A greve nos transportes municipais expôs a profunda insatisfação dos trabalhadores com a estagnação das suas carreiras e salários, provocando perturbações significativas em várias cidades.

Embora alguns autarcas se mostrem abertos ao diálogo, a resolução das principais reivindicações depende de uma intervenção do Governo central, mantendo o conflito em aberto.

A marcha estudantil pelo clima em Lisboa demonstrou a firmeza da juventude na sua exigência de uma política de descarbonização até 2030, emitindo um ultimato ao Governo. A ameaça de uma paralisação escolar em novembro assinala uma nova fase de desobediência civil organizada, visando forçar uma ação política decisiva.

A greve dos trabalhadores da EMARP em Portimão teve um impacto limitado devido à baixa adesão.

O conflito expõe um desacordo fundamental entre o sindicato STAL, que defende uma progressão baseada na antiguidade, e a empresa, que propõe um modelo misto de antiguidade e mérito, indicando que as negociações se encontram num impasse.

A LBP opõe-se firmemente aos cortes orçamentais no transporte de doentes, argumentando que a decisão foi unilateral e carece de um estudo fundamentado. Este descontentamento, somado à insatisfação com o financiamento geral, cria um clima de tensão que poderá levar a protestos e à disrupção de serviços essenciais prestados pelos bombeiros.

Um protesto de pequena escala no Porto utilizou uma conferência médica internacional como palco para condenar a participação da Associação Médica Israelita, evidenciando as profundas divisões do conflito israelo-palestiniano.

A manifestação levantou também questões sobre o papel e a recetividade de organismos profissionais nacionais, como a Ordem dos Médicos, perante estas controvérsias.

As visitas do SMMP aos tribunais do país estão a expor falhas sistémicas graves, desde a falta de pessoal e sobrecarga processual a infraestruturas degradadas e inseguras.

Estas constatações servem de base para um conjunto de reivindicações que o sindicato apresentará ao Governo, sublinhando a necessidade urgente de investimento e reforma para garantir o funcionamento adequado da justiça.

A proposta do OE2026 para a Educação foi recebida com forte condenação pelos principais sindicatos de professores, que consideram o financiamento inadequado para resolver problemas crónicos como a valorização da carreira e as condições de trabalho.

Esta crítica unânime da Fenprof e da FNE sinaliza que o plano orçamental do Governo falhou em apaziguar o setor, abrindo portas a mais contestação e potenciais greves.