Briefing: Guerra da Ucrânia vs Rússia

A mais recente ronda de sanções dos EUA e da UE representa uma escalada na pressão económica sobre a Rússia, visando diretamente o seu setor energético e as redes financeiras que sustentam o esforço de guerra. Embora o Ocidente acredite que estas medidas tornarão “cada vez mais difícil para Putin financiar esta guerra”, Moscovo mantém uma postura de desafio, minimizando o seu impacto económico.

O adiamento da cimeira de Budapeste expôs as profundas divergências entre os EUA e a Rússia sobre as condições para a paz. A recusa de Moscovo em aceitar um cessar-fogo imediato levou a uma resposta dura de Washington, que optou por intensificar as sanções, deixando as perspetivas de um avanço diplomático a curto prazo em suspenso.

As recentes ações da Rússia, incluindo o teste do míssil Burevestnik e a anulação do tratado de plutónio, marcam uma perigosa deterioração nas estruturas de controlo de armas. Estes passos, combinados com a retórica nuclear de Moscovo desde o início da invasão da Ucrânia, são vistos como uma estratégia de intimidação que aumenta o risco de uma nova corrida ao armamento.

A utilização dos ativos russos congelados para apoiar a Ucrânia permanece uma questão controversa na UE.

Embora haja um consenso político sobre a necessidade de financiar Kiev, as complexidades legais e o receio de instabilidade financeira, levantados principalmente pela Bélgica, impediram um acordo, adiando uma das mais significativas ferramentas de pressão económica sobre Moscovo.

A guerra de drones tornou-se um pilar central da estratégia de ambos os lados, com a Ucrânia a procurar infligir custos económicos diretos à Rússia ao visar a sua indústria petrolífera, e a Rússia a continuar a sua campanha de terror contra centros urbanos ucranianos.

Esta escalada demonstra uma nova fase do conflito, focada na destruição de infraestruturas à distância.

O ambicioso plano de rearmamento da Alemanha, no valor de 377 mil milhões de euros, sinaliza uma profunda reavaliação estratégica em Berlim.

A medida visa reforçar as capacidades militares convencionais e tecnológicas do país, posicionando a Alemanha como um pilar central da defesa europeia face às crescentes ameaças.

A proposta de paz europeia-ucraniana representa uma tentativa de criar uma base para negociações, alinhando-se taticamente com a posição de Trump, mas defendendo firmemente a soberania ucraniana.

O sucesso da iniciativa dependerá da capacidade de persuadir tanto Washington como, crucialmente, um Kremlin até agora intransigente.

Os novos compromissos de França, Suécia e Espanha demonstram a contínua determinação de alguns parceiros europeus em fortalecer as capacidades militares da Ucrânia, especialmente no que diz respeito à sua força aérea e defesa antiaérea. Estas medidas surgem num momento em que Kiev procura diversificar as suas fontes de armamento e garantir apoio a longo prazo.

O encerramento da fronteira entre a Lituânia e a Bielorrússia evidencia a crescente tensão no flanco oriental da NATO.

O que aparenta ser uma questão de contrabando é interpretado por Vilnius como uma provocação deliberada e uma forma de guerra híbrida, refletindo a desconfiança e o clima de insegurança gerados pela aliança entre Minsk e Moscovo.

A realização de exercícios nucleares estratégicos sob a supervisão direta de Putin, num momento de impasse diplomático com os EUA, serve como um poderoso sinal da determinação da Rússia em manter a sua capacidade de dissuasão.

A ação reforça a retórica nuclear do Kremlin e sublinha a fragilidade da segurança global no contexto da guerra na Ucrânia.

A nova vaga de ataques russos ao setor energético ucraniano representa uma grave ameaça para a população civil à medida que o inverno se aproxima.

A estratégia de Moscovo visa quebrar a resiliência da Ucrânia, tornando a proteção e reparação das infraestruturas energéticas uma prioridade máxima para Kiev e os seus aliados.

As declarações da Polónia e as críticas de Trump à Espanha revelam as tensões internas e externas que a NATO enfrenta. Enquanto a ameaça de deter Putin sublinha a gravidade dos crimes de guerra de que é acusado, a pressão dos EUA sobre os gastos militares evidencia as persistentes divisões sobre a partilha de encargos na aliança.

Os avisos dos mais altos quadros militares franceses refletem uma mudança significativa na avaliação de risco na Europa.

A mensagem é clara: a dissuasão depende da força, e a preparação para um conflito de alta intensidade com a Rússia tornou-se uma prioridade estratégica urgente para as nações europeias.

As acusações de que a AfD poderá estar a servir interesses de Estados estrangeiros, nomeadamente da Rússia, elevam as preocupações sobre a influência de Moscovo na política europeia. Este caso coloca em destaque o desafio que as democracias enfrentam para lidar com partidos que, sob o manto da oposição parlamentar, podem estar a comprometer a segurança nacional.