Briefing: Guerra da Ucrânia vs Rússia

A UE aprovou a imobilização indefinida de ativos russos para financiar a Ucrânia, mas a concretização do empréstimo depende de um acordo na próxima cimeira de líderes, que precisa de superar a oposição da Bélgica e da Itália, que exigem garantias financeiras e legais.

Apesar da pressão dos EUA por um acordo de paz rápido, as negociações continuam num impasse devido a exigências territoriais russas, ao debate sobre as garantias de segurança para a Ucrânia e ao controlo dos ativos russos congelados.

As concessões propostas por Kiev, como uma zona desmilitarizada e a renúncia à NATO, ainda não foram suficientes para quebrar o bloqueio.

O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, alertou que a Europa é o "próximo alvo" da Rússia e deve preparar-se para uma guerra em larga escala nos próximos cinco anos.

Este aviso é reforçado pela crescente preocupação dos países da fronteira oriental, que consideram a defesa contra a ameaça russa uma prioridade imediata.

A União Europeia está a reorientar os seus fundos de investigação e desenvolvimento para apoiar a indústria de defesa, através do plano ReArm Europe, que permite o financiamento de tecnologias de duplo uso. Esta iniciativa, complementada por avultados investimentos nacionais como os da Alemanha, visa reforçar a autonomia estratégica e a capacidade de resposta do bloco face à crescente ameaça russa.

A UE formalizou a sua intenção de cortar definitivamente os laços energéticos com a Rússia, com o Parlamento Europeu a aprovar a proibição total de importações de gás russo até ao outono de 2027.

A decisão, descrita como um "não para sempre", visa eliminar uma dependência estratégica e aumentar a pressão económica sobre Moscovo.

Líderes europeus, reunidos em Berlim, apresentaram uma proposta para liderar uma força multinacional voluntária na Ucrânia, com o apoio dos EUA.

A iniciativa visa garantir o apoio sustentável ao exército ucraniano, limitado a 800 mil efetivos, e reforçar a defesa do país no pós-guerra.

O plano de paz mediado pelos EUA propõe a adesão da Ucrânia à UE até 1 de janeiro de 2027, uma medida que visa incentivar Kiev a aceitar um acordo. Embora a data seja considerada ambiciosa e enfrente obstáculos como o veto da Hungria, a proposta força a UE a reconsiderar o seu processo de alargamento e reforça a integração europeia como um pilar central para a segurança pós-guerra da Ucrânia.

A UE e a própria Ucrânia admitem agora a renúncia à adesão à NATO como uma concessão necessária para um acordo de paz.

Em troca, Kiev exige garantias de segurança robustas e juridicamente vinculativas dos EUA e da Europa, semelhantes ao princípio de defesa coletiva da Aliança Atlântica.

A Alemanha acusou formalmente a Rússia de ciberataques e interferência eleitoral, enquanto as autoridades russas afirmam ter impedido uma sabotagem ao oleoduto Druzhba.

Estes incidentes, juntamente com os alertas dos serviços secretos britânicos, evidenciam a intensificação da guerra híbrida de Moscovo contra a Europa.

A Polónia está a negociar a transferência de mais caças MiG-29 para a Ucrânia, em troca de acesso a tecnologia ucraniana de drones e mísseis. O acordo, que está perto de ser finalizado, visa modernizar a frota polaca e, ao mesmo tempo, reforçar a capacidade da Ucrânia para se defender da agressão russa.