Briefing: Guerra da Ucrânia vs Rússia

Os recentes testes de armas nucleares pela Rússia e a resposta simétrica dos EUA marcam uma perigosa escalada na tensão global, assinalando o desmantelamento de acordos históricos de controlo de armamento e aumentando o risco de uma nova corrida armamentista.

A mais recente ronda de sanções coordenadas dos EUA e da UE representa um dos ataques mais diretos ao setor energético russo desde o início da guerra, embora a sua eficácia dependa da aplicação global e da gestão de divergências internas na UE, como a posição da Hungria.

A proposta da UE para usar ativos russos congelados em prol da Ucrânia está paralisada devido à oposição da Bélgica, que teme as consequências legais e financeiras.

A falta de consenso adia uma decisão crucial para o financiamento futuro de Kiev e expõe as divisões internas do bloco sobre como gerir os riscos partilhados.

Apesar das alegações de cerco por parte da Rússia, que a Ucrânia refuta, as batalhas por Pokrovsk e Kupiansk representam uma fase crítica e de grande desgaste na guerra. A Rússia concentra um número significativo de efetivos nestas áreas, testando ao limite a capacidade de resistência das defesas ucranianas.

A intensificação dos ataques russos contra a infraestrutura energética da Ucrânia representa uma grave ameaça à segurança do país, causando danos significativos e vítimas civis.

Esta campanha visa deliberadamente criar uma crise humanitária e testar a resiliência ucraniana durante os meses de inverno.

A Ucrânia e os seus parceiros europeus estão a formalizar uma proposta de paz baseada num cessar-fogo, enquanto sinais contraditórios emergem de Moscovo e Washington.

Embora haja uma aparente abertura para o diálogo, as condições para uma paz duradoura permanecem complexas e a desconfiança entre as partes continua a ser um grande obstáculo.

A expansão dos ataques de longo alcance da Ucrânia contra infraestruturas críticas na Rússia marca uma nova fase do conflito.

Ao visar a economia de guerra russa, especialmente o setor petrolífero, Kiev procura impor custos diretos a Moscovo e perturbar a sua capacidade de sustentar a ofensiva.

A Rússia está a travar uma guerra híbrida multifacetada e cada vez mais agressiva contra a Europa, utilizando uma rede de agentes, desinformação e sabotagem para semear a divisão e enfraquecer a coesão ocidental, representando uma ameaça crescente à segurança do continente.

As incursões de balões provenientes da Bielorrússia provocaram uma escalada de tensão na região do Báltico, levando a Lituânia a tomar a medida drástica de fechar a sua fronteira.

O incidente é visto pela UE como um ato deliberado de guerra híbrida, aumentando a desconfiança em relação a Minsk e Moscovo.

Perante a contínua agressão russa, os aliados da Ucrânia estão a reforçar o seu compromisso militar, prometendo sistemas de defesa aérea avançados e mais armas de longo alcance. Estas medidas são cruciais para fortalecer a capacidade de Kiev de se defender e de exercer pressão sobre a Rússia.