Briefing: Guerra da Ucrânia vs Rússia

O ataque aéreo sem precedentes da Rússia a Kiev, que visou deliberadamente infraestruturas governamentais e civis, assinala uma perigosa escalada no conflito.

A ofensiva reforçou a determinação do Ocidente em aumentar as sanções e o apoio militar à Ucrânia, ao mesmo tempo que expôs a vulnerabilidade da capital a ataques de grande escala.

A promessa de uma força de segurança internacional por parte de 26 nações representa um forte sinal de apoio à Ucrânia e um avanço na arquitetura de segurança pós-guerra.

Contudo, o sucesso da iniciativa dependerá da definição de contributos concretos, da coesão entre os aliados e do papel que os Estados Unidos assumirão.

A ameaça explícita de Vladimir Putin de atacar tropas ocidentais na Ucrânia representa uma escalada retórica significativa. Esta posição intransigente visa dissuadir a implementação de garantias de segurança e sublinha a recusa de Moscovo em aceitar qualquer forma de presença militar ocidental na sua esfera de influência percebida.

Em resposta direta à escalada militar da Rússia, a UE e os EUA preparam um novo pacote de sanções robusto, visando os setores financeiro e energético.

Esta ação coordenada reflete uma estratégia de asfixia económica para enfraquecer a capacidade de Moscovo de continuar a guerra.

A tentativa de organizar uma cimeira de paz entre Putin e Zelensky fracassou devido a um impasse sobre o local do encontro. A recusa de Zelensky em ir a Moscovo e a sua contraproposta para que a reunião ocorra em Kiev sublinham a intransponibilidade das posições e a ausência de confiança mútua, essenciais para qualquer avanço diplomático.

O fornecimento de 80% da meta de dois milhões de munições de artilharia pela UE é um marco tangível do apoio militar a Kiev.

Este esforço logístico e financeiro demonstra a determinação do bloco em garantir que a Ucrânia tenha os recursos necessários para continuar a sua defesa.

A Rússia mantém-se irredutível na sua exigência de reconhecimento das anexações territoriais, uma condição que anula qualquer perspetiva de negociações de paz genuínas.

Esta posição maximalista garante a continuação do conflito, uma vez que é fundamentalmente inaceitável para a Ucrânia e para a ordem internacional.

A Alemanha considera que as ambições da Rússia representam uma ameaça a toda a Europa, não se limitando à Ucrânia.

Este alerta do chanceler Friedrich Merz sublinha a urgência de um rearmamento europeu e de uma política de contenção firme para fazer face a um conflito sistémico com as autocracias.

Viktor Orbán projeta um cenário de partição da Ucrânia, contrariando a posição unida do Ocidente sobre a integridade territorial do país.

A sua visão revela as tensões existentes na UE e na NATO sobre como terminar a guerra e qual o futuro papel da Ucrânia na arquitetura de segurança europeia.

A construção de extensas fortificações e de uma "parede de drones" ao longo da fronteira oriental da Europa é a materialização de uma nova era de divisão e confronto com a Rússia. Esta iniciativa demonstra que os países da linha da frente estão a preparar-se para uma ameaça de longo prazo, reconfigurando a paisagem de segurança do continente.