Briefing: Governo e oposição

O Partido Socialista oficializou o seu apoio a António José Seguro para as eleições presidenciais, numa tentativa de unificar o partido e apresentar um candidato moderado.

Seguro aceitou o apoio, mas reforçou o caráter independente e suprapartidário da sua candidatura, procurando agregar apoios de vários quadrantes políticos.

Luís Marques Mendes posiciona a sua candidatura presidencial com um compromisso de moderação e foco nos problemas nacionais, evitando confrontos pessoais. A sua estratégia de "campanha pela positiva" mantém-se firme perante os ataques dos adversários e a entrada de novos candidatos, enquanto procura valorizar setores como a gastronomia para reforçar a sua mensagem de proximidade.

Henrique Gouveia e Melo molda a sua candidatura presidencial inspirando-se em Mário Soares e atacando a dependência partidária de Luís Marques Mendes.

Ao posicionar-se como um candidato de centro, independente e moderado em temas como a imigração, procura construir uma alternativa viável aos candidatos mais conotados com os aparelhos partidários e a extrema-direita.

Catarina Martins oficializou a sua candidatura a Belém, posicionando-se como uma figura independente das estruturas partidárias e apelando a uma ampla convergência de democratas.

Com o lema de "cuidar da democracia", a ex-líder do Bloco de Esquerda procura unir um eleitorado progressista para além do seu partido de origem.

A saída de Gabriel Mithá Ribeiro do Chega, acompanhada de acusações de que André Ventura é um "predador narcísico", revela uma grave crise interna no partido. Enquanto Mithá Ribeiro denuncia um ambiente tóxico e autoritário, a liderança do Chega desvaloriza as críticas, atribuindo-as a ambições pessoais frustradas.

André Ventura centra a sua estratégia presidencial em ataques diretos a Henrique Gouveia e Melo, procurando colá-lo ao Partido Socialista para se afirmar como o único candidato anti-sistema.

Esta polarização visa definir o seu principal adversário e mobilizar o eleitorado de direita e de protesto, enquanto Gouveia e Melo tenta ignorar os ataques e manter um perfil independente.

Após uma recontagem tensa, o Chega assegurou o terceiro lugar em Lisboa por uma margem mínima de três votos sobre a CDU, garantindo dois vereadores.

O resultado, que o PCP ainda pondera contestar, confirma a ascensão do Chega no poder local da capital e a perda de influência da coligação comunista.

Com o apoio dos partidos de direita, o Parlamento aprovou a proposta do Chega para proibir o uso de véus que ocultem o rosto em público. A medida gerou um intenso debate, com a esquerda e organizações de direitos humanos a acusarem a iniciativa de ser discriminatória, enquanto os proponentes defendem a segurança e os direitos das mulheres.

As eleições autárquicas resultaram numa vitória clara para o PSD, que recuperou a liderança do poder local.

O PS sofreu perdas, mas evitou um colapso, enquanto o Chega, apesar de conquistar as suas primeiras câmaras, ficou aquém das suas metas, num cenário que reforça o domínio dos partidos tradicionais a nível municipal.

Marcelo Rebelo de Sousa promulgou a nova Lei dos Estrangeiros, considerando que a versão revista cumpre os requisitos constitucionais mínimos.

A decisão foi celebrada pelo Governo e pela direita, mas fortemente criticada pela esquerda, que a considera um retrocesso para os direitos dos imigrantes e prejudicial para a economia do país.