Briefing: Crise humanitária em Gaza

Um ataque israelita matou seis jornalistas em Gaza, provocando forte condenação internacional por parte da ONU, UE e OIC.

Israel justificou a ação alegando que uma das vítimas era um terrorista do Hamas, mas não apresentou provas verificáveis, o que intensificou os apelos por uma investigação independente e pela proteção dos profissionais da comunicação social em zonas de conflito.

A situação humanitária em Gaza é catastrófica, marcada pela negação da entrada de ajuda suficiente, o colapso do sistema de saúde e um número crescente de mortes por fome, especialmente entre crianças. A OMS e outras organizações humanitárias alertam para um bloqueio contínuo por parte de Israel, que impede a chegada de bens essenciais e agrava o sofrimento da população civil.

Israel prepara-se para uma nova e controversa fase da guerra, com um plano para ocupar a Cidade de Gaza, confirmado por movimentações militares na fronteira. A decisão foi amplamente condenada pela comunidade internacional, incluindo Portugal e outros países europeus, que alertam para uma catástrofe humanitária e um obstáculo à solução de dois Estados.

A Austrália juntou-se a um grupo de nações ocidentais, incluindo Portugal, ao anunciar o reconhecimento do Estado da Palestina, agendado para setembro na ONU. A medida visa promover a solução de dois Estados e pressionar por um fim para o conflito, mas foi veementemente condenada por Israel, que a considera um prémio ao Hamas e um erro perigoso.

A Liga Árabe e mais de uma centena de ex-eurodeputados aumentaram a pressão sobre Israel, exigindo o fim da venda de armas e a suspensão do acordo de associação com a UE. As acusações de crimes de guerra, genocídio e violações dos direitos humanos fundamentam estes apelos, que visam responsabilizar Israel pelas suas ações na Faixa de Gaza e pressionar por um cessar-fogo.

Com mediação da Turquia e do Egito, uma delegação do Hamas desloca-se ao Cairo para retomar as negociações indiretas com Israel.

O objetivo é alcançar um acordo de cessar-fogo e a libertação de reféns, num esforço renovado para pôr fim a um conflito que se arrasta com consequências humanitárias devastadoras.

A desnutrição está a causar um número alarmante de mortes em Gaza, especialmente entre crianças, com o total de vítimas a ultrapassar as duas centenas.

Organizações humanitárias acusam Israel de usar a fome como arma de guerra, enquanto a ajuda que entra no território continua a ser manifestamente insuficiente para evitar a catástrofe.

A Itália continua os seus esforços humanitários para aliviar o sofrimento em Gaza, preparando-se para acolher mais um grupo de crianças doentes e as suas famílias para tratamento médico.

Esta ação, que se soma a outras iniciativas de ajuda, como o envio de navios-hospital e alimentos, destaca a urgência da crise de saúde no enclave palestiniano.

Ativistas internacionais, incluindo Greta Thunberg, estão a organizar uma nova e maior flotilha humanitária para tentar quebrar o bloqueio israelita a Gaza no final de agosto.

A iniciativa, que partirá de Espanha e outros portos, visa entregar ajuda essencial e mobilizar apoio internacional, apesar do risco de interceção pelas forças israelitas, como aconteceu em tentativas anteriores.

O julgamento por corrupção do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, será retomado em novembro com uma agenda intensiva de audiências semanais. A decisão do tribunal pretende dar andamento a um processo marcado por múltiplos adiamentos, justificados por razões de saúde, segurança e pedidos de aliados internacionais como Donald Trump.