Briefing: Crise humanitária em Gaza

A aprovação do plano de Israel para ocupar a Cidade de Gaza marca uma nova e perigosa fase no conflito, enfrentando forte oposição tanto a nível interno como de uma vasta gama de atores internacionais, que alertam para uma catástrofe humanitária e o colapso dos esforços de paz.

O assassinato de seis jornalistas num ataque israelita em Gaza foi amplamente condenado como uma violação do direito internacional. Apesar das alegações de Israel sobre a afiliação de uma das vítimas, organizações como a ONU e a RSF exigem uma investigação independente e medidas para proteger os profissionais da comunicação social que cobrem o conflito.

Gaza enfrenta uma catástrofe humanitária deliberada, com centenas de mortos por fome devido ao bloqueio israelita.

A morte de civis, incluindo crianças e trabalhadores humanitários, evidencia a urgência de um acesso humanitário total e sem restrições para evitar mais perdas de vidas.

A proposta de uma força de estabilização internacional para Gaza, apoiada pela Autoridade Palestiniana e por atores europeus, emerge como uma potencial solução para o pós-conflito.

A flexibilidade demonstrada pelo Hamas é um fator novo e relevante, mas a oposição de Israel ao papel da AP continua a ser um obstáculo fundamental.

Um crescente número de nações ocidentais está a preparar-se para reconhecer o Estado da Palestina, num esforço diplomático para revitalizar a solução de dois Estados.

Esta iniciativa, no entanto, enfrenta a oposição categórica de Israel e dos Estados Unidos, que a consideram prematura e contraproducente.

A aprovação por Israel de novos colonatos na área estratégica E1 é uma ação deliberada para inviabilizar a criação de um Estado palestiniano.

Liderada por ministros de extrema-direita, a medida desafia o direito internacional e a comunidade global, procurando consolidar o controlo israelita sobre a Cisjordânia ocupada.

Um grupo significativo de antigos eurodeputados, incluindo Josep Borrell, está a pressionar a UE para suspender o seu acordo de associação com Israel, citando graves violações de direitos humanos e crimes de guerra em Gaza. Argumentam que a inação torna a UE cúmplice das ações de Israel, exigindo uma resposta forte e baseada nos próprios tratados europeus.

A Liga Árabe adotou uma postura firme, apelando a ações internacionais concretas contra Israel, incluindo um embargo de armas e processos por crimes de guerra, em resposta ao que descreve como genocídio em Gaza.

Esta posição reflete uma condenação regional unificada e um apelo por responsabilização e proteção do povo palestiniano.

A intensificação dos bombardeamentos israelitas sobre a Cidade de Gaza está a causar um elevado número de vítimas civis e destruição generalizada, servindo como prelúdio para uma potencial invasão terrestre.

Esta escalada agrava a já desesperada situação humanitária e foi denunciada pelo Hamas como uma agressão perigosa.

O plano para o pós-guerra em Gaza está num impasse devido a visões irreconciliáveis.

Israel rejeita o papel da Autoridade Palestiniana, que por sua vez reivindica a sua legitimidade para governar, enquanto propostas para uma força internacional enfrentam a complexa realidade política no terreno, incluindo o futuro do Hamas.