Briefing: Crise humanitária em Gaza

Um alegado plano dos EUA para o pós-guerra em Gaza, que inclui administração americana e a deslocação voluntária da população para transformar o território num polo tecnológico, foi categoricamente rejeitado pelo Hamas, que o considera uma tentativa de vender a soberania palestiniana.

A ONU declarou oficialmente fome em Gaza, citando um número crescente de mortes por desnutrição, especialmente entre crianças. A conclusão é rejeitada por Israel e pelos EUA, mas apoiada por evidências de agências humanitárias e pela maioria do Conselho de Segurança.

A ofensiva planeada por Israel sobre a Cidade de Gaza ameaça desencadear uma nova vaga de deslocamento em massa, com agências humanitárias a alertarem para a impossibilidade de uma evacuação segura e o Egito a reforçar a sua fronteira em antecipação a uma crise de refugiados.

O ataque israelita ao Hospital Nasser, que matou seis jornalistas e outros civis, foi descrito por Israel como um "acidente trágico", mas gerou uma forte condenação internacional, com líderes e organizações a exigirem uma investigação e o fim da violência contra a imprensa.

Os esforços humanitários em Gaza são severamente prejudicados pela rejeição diária por parte de Israel de uma grande parte dos camiões de ajuda e por alarmantes relatos de desaparecimentos forçados em locais de distribuição, exacerbando as condições catastróficas no enclave.

As conversações para um cessar-fogo estão paralisadas enquanto Israel não responde a uma proposta aceite pelo Hamas.

Simultaneamente, protestos massivos em Israel exigem um acordo, revelando um profundo conflito entre a opinião pública e a abordagem militar do governo.

Uma flotilha de ajuda humanitária de alto perfil, com a participação de ativistas portugueses e internacionais, prepara-se para desafiar o bloqueio a Gaza, uma ação descrita como um ato de humanidade e solidariedade, que já recebeu o agradecimento de autoridades palestinianas.

Iniciado pelos ataques do Hamas a 7 de outubro, o conflito já causou mais de 63.000 mortes em Gaza, resultando numa crise humanitária devastadora e levando a acusações internacionais de genocídio contra Israel.

Ao reter mais de dois mil milhões de dólares em receitas fiscais, Israel está a provocar uma grave crise económica à Autoridade Palestiniana na Cisjordânia, uma ação que, segundo a ONU, pode levar ao colapso institucional.

Os rebeldes Houthis continuam a atacar a navegação no Mar Vermelho, uma campanha que descrevem como apoio a Gaza, causando perturbações no comércio global e evidenciando a expansão regional do conflito.