Briefing: Presidenciais 2026

A formalização do apoio do PS a António José Seguro solidifica a sua candidatura, que ele próprio define como suprapartidária e focada na responsabilidade institucional.

A sua estratégia passa por projetar uma imagem de serenidade e diálogo, procurando unir o seu partido e apelar a um eleitorado mais vasto, ao mesmo tempo que se distancia de conflitos passados.

A candidatura de Catarina Martins, centrada na defesa da democracia, marca a entrada formal do Bloco de Esquerda na corrida presidencial.

O seu objetivo é consolidar-se como a principal voz da esquerda, promovendo a convergência e influenciando o debate com as agendas do partido.

A terceira candidatura de Tino de Rans reforça a sua imagem de figura anti-sistema no panorama político português.

Com um anúncio simbólico e um lema crítico da apatia nacional, a sua campanha visa captar o voto de protesto e trazer uma perspetiva popular para o debate presidencial.

A candidatura de Jorge Pinto marca a estreia do Livre na corrida presidencial, sinalizando a ambição do partido em consolidar o seu espaço político. Com um discurso focado na União Europeia e no papel de Portugal no mundo, a sua campanha visa projetar as propostas do partido e apelar a um eleitorado progressista e ecologista.

Com o apoio formal do seu partido, André Ventura lança uma candidatura presidencial intrinsecamente ligada à marca Chega, estabelecendo a meta ambiciosa de ser o mais votado na primeira volta. A sua campanha será um teste crucial à capacidade de o partido transferir o seu sucesso legislativo para a eleição do mais alto cargo do Estado.

Henrique Gouveia e Melo posiciona-se como um candidato moderado e humanista, com uma defesa convicta da imigração como uma mais-valia para o país. Ao eleger Mário Soares como modelo e ao defender uma magistratura de vigilância cooperante com o Governo, procura consolidar uma imagem de estabilidade e rigor institucional.

Luís Marques Mendes iniciou uma estratégia de clara diferenciação face a Marcelo Rebelo de Sousa, criticando publicamente as suas declarações. Este posicionamento visa construir um perfil próprio no centro-direita e evitar a imagem de mero continuador do atual Presidente, apelando a um eleitorado que possa desejar uma mudança de estilo em Belém.

António Filipe, candidato apoiado pelo PCP, foca a sua campanha em propostas concretas como o controlo de rendas e na defesa intransigente da Constituição.

A sua candidatura visa afirmar a agenda política comunista no debate nacional, com especial ênfase nos direitos sociais e na intervenção do Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa mantém uma posição de prudência sobre a polémica lei que proíbe o uso da burca, aguardando o texto final para uma avaliação constitucional.

O tema já entrou, no entanto, no debate pré-eleitoral, com críticos a usá-lo para questionar o legado do Presidente em matéria de políticas de imigração.

A corrida presidencial de 2026 é marcada por um número elevado de candidatos, o que gera um “congestionamento” no campo eleitoral. A principal luta estratégica é pela conquista do eleitorado de centro, num cenário de grande fragmentação que antecipa uma disputa renhida e uma campanha intensa.