Briefing: Presidenciais 2026

A mais recente sondagem aponta para uma corrida presidencial cada vez mais indefinida, com Gouveia e Melo a perder terreno, Marques Mendes a manter-se competitivo e André Ventura a emergir como uma força significativa, mesmo antes de oficializar a sua candidatura.

A intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a gestão dos incêndios marcou a agenda política, ao expor uma falha de comunicação e timing do Governo e ao criar um atrito público com o Primeiro-Ministro, posicionando-se como uma voz fiscalizadora e crítica no final do seu mandato.

Henrique Gouveia e Melo está a moldar a sua candidatura em torno de uma imagem de competência técnica e visão estratégica, utilizando a sua experiência militar para criticar a gestão do Estado e abordando problemas sociais centrais para se conectar com as preocupações do eleitorado.

Luís Marques Mendes adota uma postura de escrutínio e pragmatismo, defendendo que a eficácia das políticas florestais deve ser avaliada antes de se avançar para novos pactos, posicionando-se como um candidato focado na responsabilização e na obtenção de resultados concretos.

A crescente probabilidade de uma candidatura de André Ventura, impulsionada por sondagens favoráveis, promete redefinir a corrida presidencial, introduzindo um fator de polarização e forçando um realinhamento estratégico dos restantes candidatos.

A desistência de Tim Vieira da corrida presidencial reduz o número de candidatos do espectro não-partidário, o que pode beneficiar outras candidaturas independentes ou de cariz liberal ao concentrar o eleitorado que procura uma alternativa aos políticos tradicionais.

A participação de Marcelo Rebelo de Sousa na Universidade de Verão do PSD sublinha a sua contínua influência na sua área política de origem e coloca-o no mesmo palco que o candidato presidencial Luís Marques Mendes, reforçando a importância do evento como um barómetro para o futuro da direita portuguesa.

António José Seguro está a construir a sua plataforma presidencial com propostas concretas para problemas nacionais como os incêndios, ao mesmo tempo que define um papel para o Presidente como um unificador e um guardião das instituições, procurando apelar a um eleitorado moderado e progressista.

A rápida promulgação das medidas de apoio às vítimas dos incêndios por Marcelo Rebelo de Sousa demonstra cooperação com o Governo na resposta à emergência, mas as suas críticas simultâneas à falta de prevenção reforçam a urgência de uma reforma estrutural na gestão da floresta, um tema central para o futuro do país.

A mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa à Ucrânia consolida a posição de Portugal no conflito, defendendo uma paz baseada no direito internacional e rejeitando compromissos que recompensem a agressão, estabelecendo um pilar da política externa que o próximo Presidente terá de gerir.