Briefing: Presidenciais 2026

O debate entre Marques Mendes e Ventura foi um momento de alta tensão na campanha, caracterizado por ataques pessoais e propostas distintas para a justiça.

O confronto evidenciou a acirrada disputa pelo eleitorado de direita e posicionou a corrupção como um tema incontornável na corrida presidencial.

O debate entre Gouveia e Melo e Catarina Martins evidenciou um claro antagonismo ideológico.

Enquanto o almirante se focou em criticar a visão estatista da sua adversária, a candidata do Bloco de Esquerda questionou a independência e as alianças de Gouveia e Melo, resultando num confronto que clarificou as suas posições distintas para o eleitorado.

A acusação de Cotrim de Figueiredo sobre pressões para a sua desistência e a negação de Marques Mendes criaram um foco de tensão significativo na campanha. Este episódio evidencia a competição pelo eleitorado de centro-direita e introduziu um tom de confronto pessoal entre dois candidatos do mesmo espectro político.

As últimas sondagens confirmam um cenário de grande competitividade entre os três candidatos mais à direita, com Marques Mendes a liderar por uma margem curta. A subida de Cotrim de Figueiredo, que ultrapassa António José Seguro, é o desenvolvimento mais significativo, alterando a dinâmica da corrida e sugerindo uma luta renhida por um lugar na segunda volta.

A decisão do PAN de não apoiar nenhum candidato na primeira volta das presidenciais, contrastando com a sua posição em 2021, reflete a fragmentação do atual cenário político.

O partido opta pela neutralidade, deixando em aberto um possível apoio na segunda volta, o que poderá influenciar a distribuição de votos no seu eleitorado.

O apoio oficial do CDS-PP a Luís Marques Mendes solidifica a sua base na coligação AD e reforça a sua candidatura no espaço de centro-direita.

Apesar de divisões internas no partido, a decisão da liderança representa um passo estratégico importante para a campanha de Mendes, que continua a apresentar-se como um candidato independente.

O caso 'Influencer' e a polémica das escutas a António Costa catapultaram a reforma da justiça para o centro do debate presidencial.

Os candidatos, da esquerda à direita, expressaram preocupação com o funcionamento das instituições e usaram o tema para se diferenciarem, prometendo desde a defesa da legalidade a posições mais interventivas, o que antecipa um tema dominante na campanha.

As celebrações do 25 de Novembro foram instrumentalizadas politicamente pelos candidatos presidenciais, que as usaram para demarcar posições ideológicas. A data serviu para acentuar a divisão entre a direita, que a valoriza como um pilar da democracia, e a esquerda, que a vê como secundária face ao 25 de Abril, transformando a memória histórica numa arena de confronto eleitoral.

O frente a frente entre Cotrim de Figueiredo e Gouveia e Melo foi marcado pela disputa em torno do conceito de independência e por críticas à performance do almirante, que pareceu menos preparado.

Embora tenham divergido na maioria dos temas, ambos concordaram na necessidade de esclarecimentos sobre o caso das escutas, mostrando que a justiça é um tema transversal na campanha.

As propostas de Marques Mendes sobre violência doméstica e de André Ventura sobre a Ucrânia ilustram como os candidatos estão a usar temas específicos para definir as suas prioridades. Enquanto Mendes foca numa questão social com uma promessa de firmeza presidencial, Ventura adota uma posição de não-intervencionismo militar que o distingue no panorama político nacional.