Briefing: Conflitos, guerras e tensões

A guerra na Ucrânia concentra-se em batalhas decisivas por Pokrovsk e Kupiansk, com informações conflituantes de ambos os lados. Enquanto a Rússia alega ter cercado milhares de soldados ucranianos em Pokrovsk e avança em Kupiansk, a Ucrânia nega o cerco, anuncia contra-ataques bem-sucedidos e hasteia a sua bandeira no centro de Pokrovsk, embora admita a precariedade da situação e a falta de pessoal no terreno.

A semana foi marcada por uma perigosa escalada na retórica nuclear, com o Presidente Trump a anunciar a intenção de retomar testes nucleares, citando a necessidade de paridade com a Rússia e a China. Em resposta, o Presidente Putin ordenou a preparação de uma possível retaliação russa. Esta troca de ameaças, juntamente com testes de mísseis balísticos por parte dos EUA, aumenta o risco de uma nova corrida ao armamento e a desconfiança entre as potências nucleares.

A diplomacia em torno de Gaza intensificou-se com a proposta dos EUA para uma força de estabilização, que obteve apoio no Conselho de Segurança da ONU. O Vaticano também reforçou o apelo à solução de dois Estados.

No entanto, a situação no terreno continua volátil, com a devolução de corpos de reféns pelo Hamas, ataques israelitas na Cisjordânia e no Líbano, e a persistência de tensões com o Hezbollah, que rejeita negociações com Israel.

Zohran Mamdani foi eleito presidente da câmara de Nova Iorque, marcando uma viragem histórica com a sua agenda socialista. A sua vitória foi celebrada por apoiantes e fortemente criticada pelo Presidente Trump, que o acusou de "comunismo" e ameaçou cortar fundos federais à cidade.

A eleição de Mamdani é vista como um teste à capacidade da ala progressista do Partido Democrata de governar e um desafio direto às políticas de Trump.

A paralisação recorde do governo dos EUA está a ter consequências severas, forçando uma redução de 10% no tráfego aéreo para garantir a segurança, o que poderá levar a cancelamentos de voos. Centenas de milhares de funcionários, incluindo portugueses na Base das Lajes, continuam sem receber salário, enquanto as negociações no Congresso para resolver o impasse orçamental prosseguem sem um acordo à vista.

A COP30 no Brasil começou com alertas urgentes sobre o aquecimento global, com 2025 a ser um dos anos mais quentes registados.

Líderes europeus apelam ao sucesso da cimeira, mas o evento é ensombrado pelo dilema do Brasil entre a exploração de petróleo na Amazónia e a sua ambição de liderança climática.

As comunidades indígenas exigem uma voz ativa nas decisões, sublinhando que a proteção dos seus territórios é fundamental para combater a crise climática.

O tufão Kalmaegi devastou as Filipinas, causando mais de 140 mortos e levando à declaração de estado de emergência.

A tempestade prosseguiu para o Vietname, onde milhares foram evacuados.

Em resposta à crise humanitária nas Filipinas, Timor-Leste aprovou o envio de forças de defesa para prestar apoio, sublinhando a solidariedade regional perante o desastre.

Face a repetidas incursões de drones, atribuídas pela Bélgica a uma possível "guerra híbrida" russa, a NATO está a implementar um novo sistema de defesa na Polónia e na Roménia. A Bélgica convocou uma reunião de emergência para debater a ameaça, que surge num contexto de tensão acrescida, apesar de a NATO desvalorizar a anunciada redução de tropas norte-americanas na Roménia.

A tomada de Al-Fashir pelas RSF no Sudão desencadeou uma grave crise humanitária, com denúncias de execuções em massa e a descoberta de possíveis valas comuns através de imagens de satélite. A ONU alerta para um cenário de genocídio, enquanto a Amnistia Internacional apela ao fim do fornecimento de armas aos rebeldes.

Os Emirados Árabes Unidos, acusados de apoiar as RSF, condenaram a violência e pediram um cessar-fogo.

As críticas do Papa Leão XIV à política migratória da administração Trump, focadas na negação de direitos espirituais a migrantes detidos, agravaram a tensão diplomática entre o Vaticano e a Casa Branca.

A resposta desdenhosa de um porta-voz da administração norte-americana evidencia a crescente fricção sobre a aplicação das leis de imigração.

O governo francês suspendeu a plataforma Shein devido à venda de produtos ilegais, como bonecas sexuais infantis e armas, e instou a União Europeia a aplicar sanções.

A polémica coincide com a inauguração da primeira loja física da marca em Paris, que foi marcada por protestos e queixas dos consumidores sobre os preços, aumentando a pressão sobre o modelo de negócio da gigante chinesa.

A administração Trump intensificou a sua ofensiva contra o narcotráfico na América Latina com ataques militares a embarcações, justificados como uma luta contra "cartéis terroristas".

A líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, apoiou publicamente a ação dos EUA, enquanto o Presidente Maduro respondeu com uma reestruturação do seu partido para reforçar a defesa do país, num cenário de crescente tensão regional e condenação internacional.