Briefing: Conflitos, guerras e tensões

A diplomacia de última hora entre os EUA e a Rússia, marcada pela visita do enviado de Trump a Moscovo, procura evitar uma nova ronda de sanções americanas no final do ultimato para o fim da guerra na Ucrânia. Contudo, o ambiente permanece volátil, com uma escalada militar mútua que eleva os riscos de um confronto mais vasto, enquanto a Ucrânia pressiona por maior apoio e sanções mais duras.

A intenção de Israel de ocupar totalmente Gaza aprofunda as tensões internas, opondo o governo de Netanyahu às chefias militares, e eleva o alarme internacional sobre uma catástrofe humanitária.

A crise dos reféns, exacerbada por vídeos chocantes, coloca o governo israelita sob imensa pressão, enquanto a ONU adverte para consequências devastadoras e os EUA mantêm uma posição de distanciamento cauteloso.

A relação entre os EUA e o Brasil atingiu um ponto crítico, com a administração Trump a usar tarifas comerciais como instrumento de pressão política no caso judicial de Jair Bolsonaro. A prisão domiciliária do ex-presidente brasileiro intensificou a crise, provocando uma forte reação do governo de Lula em defesa da soberania e gerando instabilidade política interna no Brasil, com o espectro de novas sanções a pairar.

A ameaça de tarifas secundárias por parte dos EUA contra a Índia e a China representa uma nova frente na pressão económica sobre a Rússia.

Enquanto a Índia e a China defendem a sua soberania e interesses económicos, recusando-se a ceder, a Ucrânia pressiona por medidas mais duras.

A eficácia desta estratégia dependerá da capacidade de Washington para a impor sem provocar uma guerra comercial mais ampla com as duas maiores potências asiáticas.

O acordo comercial EUA-UE evitou uma guerra de tarifas, mas foi alcançado em termos que muitos na Europa consideram desfavoráveis, expondo a falta de unidade e poder negocial do bloco. Ao aceitar as condições de Trump e comprometer-se com avultados investimentos nos EUA, a UE suspendeu as suas retaliações, mas alimentou o debate interno sobre a sua soberania e capacidade de agir como um ator geopolítico coeso.

O 80.º aniversário de Hiroshima serviu como um poderoso lembrete dos perigos da era nuclear, num momento em que a retórica e as ações de potências como a Rússia e os EUA reavivam os receios de uma nova corrida ao armamento. Enquanto a maioria da comunidade internacional apela ao desarmamento, as ausências na cerimónia e as movimentações militares demonstram a fragilidade da paz e a atualidade da ameaça nuclear.

Os exercícios navais no Indo-Pacífico refletem a crescente polarização na região.

De um lado, a aliança sino-russa aprofunda a sua cooperação militar, projetando poder no Mar do Japão. Do outro, uma coligação emergente, liderada pela Índia e pelas Filipinas com o apoio ocidental, contesta ativamente as ambições da China no Mar do Sul da China, configurando um cenário de elevada tensão estratégica.

A frágil estabilidade na fronteira israelo-libanesa foi abalada por um novo ataque israelita, que evidencia a contínua hostilidade apesar do cessar-fogo. A pressão para o desarmamento do Hezbollah colide com a recusa do grupo em ceder sob ameaça, criando um impasse perigoso que pode escalar para um conflito mais vasto, com o Líbano a tentar afirmar a sua soberania através do exército.

A investigação do Congresso ao caso Epstein entrou numa nova fase de confronto direto com o poder executivo e figuras políticas de topo.

As intimações a Trump, aos Clinton e a ex-responsáveis da Justiça refletem uma pressão bipartidária por transparência, num caso que continua a assombrar a elite política americana e que se tornou uma arma de arremesso no polarizado cenário político dos EUA.

A retoma do diálogo entre a Tailândia e o Camboja, mediada pela Malásia e pressionada pelos EUA, representa um passo importante para a desescalada de um conflito fronteiriço com um historial de violência.

Embora as questões territoriais de fundo permaneçam por resolver, as conversações atuais visam estabelecer mecanismos para prevenir futuros confrontos e garantir a estabilidade na região.